"As guitarras do Sonic Youth não giram e gritam:
elas repicam e se fundem.
As cordas são devolvidas a coleções incomuns de tons,
melodias são reduzidas a fragmentos mal controláveis,
harmonias saem de sincronização e se acumulam em clusters oníricos(...)
O Sonic Youth dá ao seu ruído veleidades artísticas"
elas repicam e se fundem.
As cordas são devolvidas a coleções incomuns de tons,
melodias são reduzidas a fragmentos mal controláveis,
harmonias saem de sincronização e se acumulam em clusters oníricos(...)
O Sonic Youth dá ao seu ruído veleidades artísticas"
Alex Ross,
crítico musical
autor dos livros "O Resto é Ruído" e "Escuta Só"
crítico musical
autor dos livros "O Resto é Ruído" e "Escuta Só"
Frequentemente renegado pelos fãs, 'acusado' de ser muito concessivo, "Dirty", de 1992, dos novaiorquinos do Sonic Youth é na verdade um grande injustiçado.
Todos os elementos que fizeram do Sonic Youth um dos nomes mais importantes do cenário alternativo e uma das bandas mais influentes dos últimos tempos estão ali. O barulho, o experimentalismo, os longos interlúdios, as atmosferas, a fúria, a sensualidade, a inteligência, a criatividade, a provocação, e a genialidade. Tudo lá.
É bem verdade que faixas como a ótima "100 %" que abre o disco, com seu estilo verso-resposta, meio turma de Seattle; o punk adocicado "Sugar Kane"; ou a igualmente boa "Youth Against the Fascism", com seu baixo distorcido, porém fácil e palatável, tinham um apelo comercial mais acentuado. Mas mesmo quando o Sonic Youth se deixa ser mais acessível, os diferenciais que os fizeram tão respeitados e influentes em seu meio ficam evidentes e se sobressaem. E de mais a mais, coisas como "Expressway for Yr. Skull', "Teen Age Riot" ou "Dirty Boots", por mais elaboradas que sejam não são também de audibilidade bastante aceitável, por assim dizer, no mínimo?
Implicância!
"Dirty" é um baita álbum!
Pra mim, um dos 10 melhores dos anos 90.
Tem grandes momentos como a espetacular "Drunken Butterfly", um misto de fúria, loucura e sensualidade na voz inebriante de Kim Gordon; "Orange Rolls, Angel's Spit" conduzida por uma guitarra estridente e hipnótica; a frenética cover dos Untochables, "Nic Fit"; a vigorosa "Purr"; a arrastada "JC"; "On the Strip" que faz jus às longas passagens de tempo características da banda; e o final com a lenta, delicada e gostosa "Crèmme Brûllèe, a cereja no bolo para fechar o disco.
A barulheira está lá, as guitarras, as camadas, a fúria está lá, o experimentalismo está lá.
Comercial? Não! "Dirty" é a prova que uma banda, mesmo alternativa, pode alcançar o público sem deixar de lado suas características ou abandonar sua identidade.
Muito limpo? Que nada!
O som continuava sujo, como de costume!
Sujo!
*********************************************************
FAIXAS:
- "100%" (letra Gordon/vocal Moore) – 2:28
- "Swimsuit Issue" (letra/vocal Gordon) – 2:57
- "Theresa's Sound-World" (letra/vocal Moore) – 5:27
- "Drunken Butterfly" (letra/vocal Gordon) – 3:03
- "Shoot" (letra/vocal Gordon) – 5:16
- "Wish Fulfillment" (letra/vocal Ranaldo) – 3:24
- "Sugar Kane" (letra/vocal Moore) – 5:56
- "Orange Rolls, Angel's Spit" (letra/vocal Gordon) – 4:17
- "Youth Against Fascism" (letra/vocal Moore) – 3:36
- "Nic Fit" (Untouchables cover) (vocal Moore) – 0:59
- "On the Strip" (letra/vocal Gordon) – 5:41
- "Chapel Hill" (letra/vocal Moore) – 4:46
- "JC" (letra/vocal Gordon) – 4:01
- "Purr" (letra/vocal Moore) – 4:21
- "Créme Brûlèe" (letra/vocal Gordon) – 2:33
********************************************************
Ouça:
por Cly Reis
Nenhum comentário:
Postar um comentário