quinta-feira, 12 de junho de 2014
cotidianas #301 - Franzina
Franzina,
Estrangeira, londrina,
Sobre os ombros a névoa do organdi...
Reaparecida em minha sensação!
Estávamos os dois quase juntos, juntinhos,
Povo
Parque Antárica
Insulados na multidão erva de campo indiferente
Era gostoso estar assim unidos
esquecidos...
Qual o teu nome? o meu?
Seguindo a bola.
Campeonato.
APEA
Taça
Os dois apaixonados pelo jogo.
Por nós.
Falta muito?
- Dez minutos.
- Meu Deus!
- É agora!
E foi. Bianco avançou demais; Guariba... não; Netinho centrou; Mário caiu, mas Formiga emendou e a bola...
Friedenreich!
Goal!
Delírio-vinho!
Alegria bacante!
As Grandes Dionisíacas!
Elaphebolion em dezembro!
Alle-goak, goak, goak!...
Olhaste-me brasileira
Paulistano
Com duas lágrimas nas hortênsias dos teus olhos;
e teu ombro apoiou-se no meu peito de rapaz...
Asa de pomba! asa de pomba de organdi!...
Franzina,
Reapareceste-me agora na lembrança,
Doce como a pálpebra que se fecha para o sonho...
Ai! saudade de amor!
Ai! sublime tortura!
Ai! memória de peito comovido
Onde poisa macia uma asa de mulher!...
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"Franzina"
(Mário de Andrade)
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