"Não se preocupe,
eu não vou te machucar.
Eu só quero que você
se divirta um pouco."
frase de introdução da música "1999"
eu não vou te machucar.
Eu só quero que você
se divirta um pouco."
frase de introdução da música "1999"
A melhor coisa que eu fiz na minha vida
foi trocar aquele CD do Tears for Fears por um do Prince. Depois de
um longo período de preconceito contra o baixinho de Minneapolis,
julgando se tratar de mais um popzinho barato, fui aceitando-o melhor
aos poucos. Conheci a música "Sign'O the Times" na MTV e
simpatizei mais ainda com o cara, mas ainda tinha aquela resistência.
Então deu-se que certa vez, comentei com um amigo, um colega de
trabalho, que eu tinha um CD do Tears for Fears mas que não curtia
muito a banda, achava o som deles meio morno, sem graça e tal, e ele
por sua vez, na mesma conversa me disse que tinha um do Prince e que
também não morria de amores. Percebendo meu interesse pelo artigo
que ele desdenha, propôs então uma troca. Uma troca simples: Tears
for Fears por Prince. Bom, não podia ter feito um negócio melhor.
Era o que eu precisava pra descobrir,
gostar e respeitar definitivamente aquele carinha.
Gênio! Gênio!
Como é que eu não tinha percebido
antes.
(e já tinha sido alertado)
Com a cara dos anos 80, recheado de
teclados, sintetizadores, com ambição futurista, inspirado no filme
"Blade Runner" segundo o próprio Prince, “1999”
(de 1982) se apresentava para mim então como algo fascinante pela
riqueza de ritmos, elementos e alternativas. Embora tivesse, é bem
verdade, essa maciça utilização de teclados e dos recursos que a
tecnologia, então nova, do início dos anos 80 começava a
proporcionar, Prince chama atenção muitas vezes exatamente pela
capacidade de fazer muito com pouco. Uma batida básica, uma
programação de bateria, um ritmo pré-gravado no teclado e a música
está pronta. Mas o que seria limitação nas mãos de qualquer
outro, nas dele transforma-se numa obra-prima pela incrível leitura
e pela musicalidade que este notável artista carrega consigo.
“Delirious” e “"All the
Critics Love U in New York" vão bem nessa linha do “menos é
mais”: batida repetida, base gravada de teclado e temos uma música
estupenda.
O álbum é perfeito da primeira à
última mas tenho predileção especial pela apimentada “Lady Cab
Driver”, um funk embalado com um daqueles notáveis trabalhos de
guitarra de Prince, discretos mas geniais, incrementada por gemidos
femininos, altamente sugestivos; e pela sensual e quente “DMSR”
(“Dance Music Sex Romance”), uma longa peça musical na qual
Prince brinca com um todas as possibilidades que a música negra
oferece.
Não dá pra deixar de citar, é claro,
a faixa que dá nome ao disco, a pessimista “1999”, a divertida “Let's
Pretend We're Married” e o sucesso “Little Red Corvette”.
Embora tenha a cara dos anos 80,
“1999”, acho, alcança a pretensão de seu nome profético,
estando desde aquele momento à frente de sua época permanecendo
ainda hoje, já adiante da data anunciada, com uma linguagem pop em
poucos casos superada.
E pensar que eu não gostava de
Prince...
Bendita hora que eu aceitei aquela
troca! Foi a melhor coisa que fiz na minha vida.
****************************************
FAIXAS:
1. "1999" 6:15
2. "Little Red Corvette" 5:03
3. "Delirious" 4:00
4. "Let's Pretend We're Married" 7:21
5. "D.M.S.R." 8:17
6. "Automatic" 9:28
7. "Something in the Water (Does Not Compute)" 4:02
8. "Free" 5:08
9. "Lady Cab Driver" 8:19
10. "All the Critics Love U in New York" 5:59
11. "International Lover"
4. "Let's Pretend We're Married" 7:21
5. "D.M.S.R." 8:17
6. "Automatic" 9:28
7. "Something in the Water (Does Not Compute)" 4:02
8. "Free" 5:08
9. "Lady Cab Driver" 8:19
10. "All the Critics Love U in New York" 5:59
11. "International Lover"
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