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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sam Peckinpah: Um Poeta na Direção



"Tragam-me a cabeça
de Alfredo Garcia"
Tenho um fascínio enorme por estes três filmes de Sam Peckinpah. Seu estilo de violência gerou polêmicas e fez com que ele fosse uma espécie de renegado por Hollywood. De personalidade forte, bebeu, usou drogas e fazia tudo a seu jeito. São famosas suas brigas com diversos atores, produtores e executivos, entre eles Charlton Heston. Mas também teve grandes e fiéis amigos como os atores Ben Johnson e Warren Oates, o qual ele fez questão de presentear com o personagem de "Traga-me a Cabeça de Alfredo Garcia".
Dustin Hoffman no impressionante papel do
serial-killer de "Straw Dogs"
Quem não lembra a cena-presságio dos meninos sacrificando um escorpião em "Meu Ódio Será sua Herança", sua grande obra-prima? Ou do estupro quase que consentido em "Sob o Domínio do Medo", o qual a personagem tinha desejo por seu estuprador e que terminou com o marido (Dustin Hoffman) eliminando violentamente um a um seus agressores e de sua esposa? Em "Traga-me...", Oates, com uma cabeça decepada dentro de um saco, tiroteia com caçadores de recompensa no deserto, matando todos nas famosas cenas em slow do diretor. Esse último filme foi todo filmado no México e com baixo orçamento, já que os estúdios não queriam financiar seus filmes nos EUA. Apelidado de "Poeta da Violência", Peckinpah quebrou a morosidade da indústria de cinema americana, mas seu estilo soava uma afronta e muitos diziam que beirava o fascismo.
Eu penso que ele foi um diretor muito à frente de seu tempo, inovador e estilista. Usava essa violência como uma espécie de metáfora-protesto contra a própria violência. Sempre quando vejo ou revejo um de seus filmes, tudo me parece tão atual. Prefiro a alcunha de "poeta" na direção. É isso que ele foi.
“Meu ódio Será Sua Herança”






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