Um filme do diretor alemão Ulrich Köhler, que se passa no Camarões, com alguns atores franceses, uma grande mistura, uma grande história, porém com uma narrativa um tanto confusa. Neste filme também temos a África pobre, sofrida, mas diferente da maioria dos filmes, onde isso é muito destacado, aqui não, você acaba focando demais no drama dos dois principais personagens, fazendo com que a miséria da África fique em segundo plano.
Em "A Doença do Sono" (2011), Ebbo Velten (Pierre Bokma) é um médico especialista na doença do sono, por isso passou os últimos vinte anos gerenciando um projeto com fundos europeus para erradicação e controle da doença do sono no Camarões. Após aparentemente terminar seu trabalho, sua mulher, que vivia com ele na África, decide voltar para Alemanha, onde sua filha adolescente ficou para concluir os estudos, então Ebbo tem que decidir entre ficar na África ou retornar para junto de sua família, ele decide ficar. Alguns anos depois um jovem médico francês de descendência africana, Alex Nzila ( Isacar Yinkou) é mandado para a África para avaliar a o tratamento sobre a doença do sono , e também para substituir Ebbo.
Papéis invertidos;
o médico alemão totalmente integrado ao local e
o 'africano' deslocado na África.
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O outro protagonista do filme é o medico francês Alex Nzila (Jean-Chritophe Folly) descente de africanos (especificamente congolês), que se voluntaria para ir até o Camarões analisar o trabalho de Ebbo e escrever um relatório para Organização Mundial da Saúde (OMS), para decidir de se o projeto deve continuar ou não. Alex já se sente perdido na Europa, e busca ir até a África para se encontrar, e também por ser um forte crítico de como são feitas as ajudas humanitárias no continente africano. Como homem negro e descendente de africanos, Alex achou que seria fácil sua adaptação na África, mas o coitado sofre muito, com a língua, com a moeda, com o trabalho, com as condições de higiene e com os mosquitos. Seus primeiros passos na Africa são cômicos, se negando a pegar carona no carro que o governo lhe enviou, por julgar o carro velho demais, logo em seguida sofre mais um pouco para encontra a casa onde vai ficar na vila, pois ele chega à noite e o local é no meio da floresta e não tem luz elétrica.
Acima, Ebbo e sua primeira esposa,
na foto abaixo, sua mal explicada
segunda esposa e família
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É uma obra que vale a pena ser assistida, traz assuntos bacanas, aqui, a África é só um cenário, um belo cenário, a fotografia do filme está muito bela. Não é um personagem, como fazem muitos filmes, que destacam a pobreza, a miséria, aqui vemos pessoas comuns, acontecendo o mesmo com os médicos voluntários, não são tratados como deuses, também são pessoas comuns, e que tem seus problemas, e isso pode afetar o trabalho deles, que não é fácil. Mas o que me conquistou no filme foi a crítica que o diretor fez de como são feitas essas ajudas humanitárias aos países africanos, não basta só mandar dinheiro, tem que tem um olhar mais “humano” para essas pessoas, pois o filme deixa bem claro o desvio de verbas que ocorre lá. Outra jogada magnífica do diretor e colocar o personagem branco totalmente inserido na cultura africana, maravilhado com tudo aquilo, e um personagem negro totalmente o oposto, que faz o papel do europeu chegando em terras estranhas, embora ela tenha raízes africanas. Achei isso fantástico, essa quebra de estereótipos.
Assista ao filme e descubra se é possível homens se transformarem em hipopótamos.
por Vágner Rodrigues
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