quinta-feira, 20 de novembro de 2014
cotidianas #335 - Testamento de Charles Lansbury
"Eu, charles Lansbury, em plena posse de minhas faculdades mentais, estabeleço e declaro pelo presente testamento as minhas últimas vontades, a fim de, pela maneira mais justa possível, distribuir os bens que possuo neste mundo entre os homens que me sucederem.
Em primeiro lugar deixo aos bons pais e mães; mas em custódia, para seus filhos entretanto, todos os apelidos carinhosos e encarrego os referidos pais a usá-los justa, porém generosamente, à proporção que as necessidades de sua prole assim exigirem.
Deixo às crianças exclusivamente, mas somente enquanto perdurarem suas infâncias, todos e cada um dos dentes-de-leão e margaridas dos campos, com o direito de brincar livremente no meio deles, segundo o costume infantil, prevenindo-os ao mesmo tempo contra os cardos. E lego para elas as margens amareladas dos riachos e as areias douradas por baixo de suas águas, e os aromas dos salgueiros que caem sobre as referidas águas, e as nuvens brancas que flutuam ao alto, acima das árvores gigantescas.
E dexo às crianças os dias intermináveis de alegria, com mil maneiras de contentamento, e a Noite, e a Lua e a cauda da Via Láctea para se maravilharem, mas dependente; entretanto, dos direitos abaixo concedidos aos amantes; e dou a cada criança o direito de escolher uma estrela que será sua.
Aos amantes lego seu mundo imaginário, com tudo o que possam vir a precisar, como as estrelas do firmamento, as rosas vermelhas pelos muros, a neve do espinheiro,os suaves acordes da música, ou o que quer que possam desejar que represente para ambos a permanência e a beleza de seu amor.
E para queles que não são mais crianças, nem jovens, nem amantes eu deixo a Lembrança..."
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Wilston Fish e Charles Lansbury
do testamento de Charles Lansburry (1879)
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