“Foi a primeira vez que
compusemos um disco inteiro”
compusemos um disco inteiro”
Mick Jagger
Pela primeira vez os Rolling Stones
gravavam um álbum todo com composições próprias e, diga-se de
passagem, se restava alguma dúvida, confirmavam a que vinham.
“Aftermath” tem a marca da qualidade de composição Jagger e
Richards que viria a se eternizar como uma das parcerias mais
marcantes e criativas da história da música. “Aftermath” é
vigoroso, é abusado, é ousado, é rock'n roll puro sem deixar de
lado, obviamente, aquela veia blueseira tradicional do grupo. Além
disso, o interesse recente de Brian Jones em instrumentos exóticos é responsável
por um enriquecimento musical e ampliação dos horizontes e
recursos da banda, o que se mostra logo de cara na excelente “Mother Little Helper” que inaugura o disco.
Mesmo mais simples, menos elaborada,
adoro “Stupid Girl” que vem na sequência, pela energia, pela
pegada bem rock'n roll mesmo. A bela “Lady Jane”, uma balada,
segundo o próprio Richards, “elizabeteana”, e que segundo meu parceiro de blog, Eduardo Wolff é a música
mais Beatles dos Stones é extremamente delicada, bem arranjada, e mais uma das que traz com êxito a marca dos experimentos instrumentais de Jones.
O vocal por vezes rasgado e o indisfarçado machismo da excepcional “Under My Tumb” é outro dos pontos altos
não apenas do disco como da carreira da banda ("Agora sou eu quem determina, o jeito que ela fala quando é chamada atenção / Sou eu quem determina, as coisas mudaram, ela está sob meu polegar/ Está tudo bem").
A extensa, experimental “Goin' Home” com seus 11 minutos, cheia de improvisos e imprevistos, é um marco na quebra de duração padrão das canções em álbuns de rock. Literalmente uma GRANDE música.
A extensa, experimental “Goin' Home” com seus 11 minutos, cheia de improvisos e imprevistos, é um marco na quebra de duração padrão das canções em álbuns de rock. Literalmente uma GRANDE música.
“High and Dry” com sua harmônica marcante, o vocal indolente de “It's
Not Easy”; "Flight 505" com sua introdução matadora de piano; e a ótima “Out of Time”, também colaboram na grandiosidade de “Aftermath. A porpósito de "Out of Time", ela, bem como "Mother's Little Helper" e "Take It Or Leave It" não aparecem na versão americana do álbum, mas que em compensação tem "Paint It Blak logo de abertura, um dos melhores exemplos de uso de cítara por parte de Brian Jones, num rock agressivo e matador cheio de influências indianas e orientais, e fecha com a já citada "Goin' Home', um final muito mais grandioso e adequado do que a boa mas comunzinha "What to Do" que encerra a edição britânica.
Enfim, os Rolling Stones caminhavam por suas próprias pernas, amadureciam seu som, agregavam novas possibilidades musicais chegavam, digamos assim, à maioridade, e se firmavam naquele momento, verdadeiramente, como uma grande banda. O resultado: um ÁLBUM FUNDAMENTAL.
Enfim, os Rolling Stones caminhavam por suas próprias pernas, amadureciam seu som, agregavam novas possibilidades musicais chegavam, digamos assim, à maioridade, e se firmavam naquele momento, verdadeiramente, como uma grande banda. O resultado: um ÁLBUM FUNDAMENTAL.
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FAIXAS:
- "Mother's Little Helper" – 2:45
- "Stupid Girl" – 2:56
- "Lady Jane" – 3:08
- "Under My Thumb" – 3:41
- "Doncha Bother Me" – 2:41
- "Goin' Home" – 11:13
- "Flight 505" – 3:27
- "High and Dry" – 3:08
- "Out of Time" – 5:37
- "It's Not Easy" – 2:56
- "I Am Waiting" – 3:11
- "Take It or Leave It" – 2:47
- "Think" – 3:09
- "What to Do" – 2:32
*a edição americana trazia "Paint It Black" e não contava com
"Out Of Time", "Mother's Little Helper e "Take It, Or Leave It"
"Out Of Time", "Mother's Little Helper e "Take It, Or Leave It"
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Ouça:
Cly Reis
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