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Visão geral da entrada da rua. |
Convidados por nossa hermana Carolina Costa,
Leocádia e eu
fomos a uma agradável feira a céu aberto ocorrida na Rua Bento Figueiredo, uma
pequena travessa do bairro Bonfim acostumada a, durante a semana, comportar
apenas a correria dos automóveis, uma vez que funciona como passagem entre duas
vias de bastante movimento, a Felipe Camarão e a Ramiro Barcellos, as quais se ligam
uma a outra por meio desta primeira. Neste domingo de uma tarde nublada,
entretanto, a via serviu de abrigo para a feira, esse belo tipo de iniciativa
que aos poucos Porto Alegre vai adotando a exemplo de Rio de Janeiro e São
Paulo: a da ocupação de espaços públicos para ações comunitárias e alternativas
ao comércio pasteurizado.
Tinha de tudo um pouco na feira: antiguidades, roupas, bijuteria,
brechó, artesanato. Havia também vinis, os quais, claro, dei uma boa parada
para ver. Muito bons, tanto em conservação quanto de diversidade e qualidade na
banca da Bugio Discos, que, organiza, inclusive, a Feira do Vinil de Porto
Alegre, a qual acontece na
Casa de Cultura Mário Quintana e já é um sucesso de
público em sua 5ª edição. Nesta feira, entretanto, eles eram os únicos a
oferecer discos, tanto reimpressões novas quanto usados. Coisas bem variadas de
rock internacional, MPB e um pouco de jazz. Grata surpresa foi encontrar uma
edição do “Tubarões Voadores”, do Arrigo Barnabé, de 1985 (que o meu primo e
clyblogger Lúcio Agacê me apresentou lá nos anos 80), contendo o encarte
original, que é um HQ, de autoria do cartunista Luiz Cê, super raro. Tão raro,
que justificava o valor do disco: R$130,00. Contentei-me em levar, a um preço
bem mais em conta, um
João Bosco, “Gagabirô”, de 1984, um dos de maiores
vendagens do cantor e compositor mineiro, que contém o hit “Papel Machê”.
Fora isso, tinham brincadeiras coletivas para crianças, como
bolhas gigantes, além de musica mecânica e apresentações artísticas, como a de
um espirituoso mambembe e suas acrobacias. Paramos para assisti-lo, e não é
que, sob os olhares atentos de adultos e pequenos, o sol, até então escondido
por detrás da espessa camada de nuvens, deu de aparecer? Não por muito tempo,
pois a nebulosidade logo o cobriu de novo e a noite chegou para selar de vez a
tarde. Mas enquanto esteve presente, fosse com os raios pelas frestas das
nuvens ou mesmo por entre elas, o astro-rei nos permitiu enxergar com olhos
mais atentos aquela rua de construções antigas bonitas, as quais não raro se
anulam no vai e vem acelerado da maior parte dos dias da semana. É como se nos
projetássemos em um tempo e como se aquela rua ali ganhasse uma aura mágica – a
qual, na verdade, é uma magia que já lhe pertence. A nós é que cabe reduzir a
marcha um pouquinho e apreciar as coisas do jeito que elas são. Na nossa bela
tarde mais nublada que ensolarada, deu para fazer isso.
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Público conferindo a Feira |
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Roupas e acessórios independentes. |
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Tem de tudo na feira da Bento Figueiredo |
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Vinis da Bugio foram devidamente apreciados. |
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Sapatos à venda no brechó |
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Leocádia conversa com o dono do brechó Gama |
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As hermanas Leocádia e Carolina caminham pela feira |
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Carolina se senta com a criançada para assistir ao show |
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E agora as facas. |
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Snoopy e charlie Brown encontraram companhia. |
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A Kombi nos levou de volta à era hippie |
por Daniel Rodrigues
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