Tem momentos que é realmente difícil entender mas, quer saber,
simplesmente aproveite.
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São três personagens dentro de uma ação violenta. Acabei a sinopse, sim é isso. Não acredita? Veja o filme, já falei.
"Câncer" não tem história embora tenha um começo e um fim, não temos um meio que as ligue. O grande objetivo do filme é experimentar, questionar o cinema e o espectador. Quase todo o filme você fica com a sensação de que viu duas pessoas conversando e pegou o assunto no meio e acaba ficando perdido, só que o longa faz questão que você fique perdido.
Se você leu os textos anteriores, desculpe mas vou repetir, mais uma vez temos uma obra com uma qualidade de imagem e áudio horríveis. Em alguns momentos até mesmo é desconfortante.
O que nos mantém no filme são as fortes atuações. Podemos ver claramente que é tudo improviso mas mesmo assim todo mundo se vira muito bem. Para mostrar como os atores estão bem, digo que temos inúmeros planos-sequência cheios de diálogos e todos são sustentados magistralmente pelos atores. Algumas sequências são fabulosas, com diálogos bem fortes, críticas políticas e principalmente ao preconceito social e racial.
Uma obra única. Pode parecer um pouco diferente do que você já viu do diretor em termos técnicos mas os questionamentos políticos, a maneira ousada de se fazer cinema está lá. Acredito que esta seja a síntese perfeita da expressão “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.
A sequência na praia é excelente. O diálogo, a maneira como é filmada. Amigos, isso é cinema também. |
Vagner Rodrigues
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