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Vitor Ramil apersenta seu novo Campos Neutrais no São Pedro |
Muito se falou sobre a excelência do disco e do show "Campos Neutrais" do grande
Vitor Ramil. Ouvi o disco durante a semana e fui ao show no domingo, dia 22. O disco traz o rigor da gravação, do apuro técnico e da utilização dos recursos do Estúdio Audio Porto para nos deslumbrar. Já o show é a música viva, em contato com o público - sem conhecer o trabalho, em sua maioria - e respirando aquela atmosfera engendrada por Vitor, pelos percussionistas e pelo Quinteto Porto Alegre com os arranjos do Vagner Cunha.
Como me disse o próprio autor, os arranjos de sopros foram realizados após a gravação das percussões. A mistura orgânica entre os metais e ritmos percussivos chamou a atenção da minha amiga Beatriz Gil e aponta para um outro caminho melódico. As participações da sobrinha Gutcha e do genro Felipe Zancanaro são perfeitas. As letras percorrem os afetos - "Isabel", para a filha; "Ana", com a "ajuda" de
Bob Dylan, para a esposa e companheira de sempre - mas também enfocam situações e narradores diversos.
Como o violinista rumo à morte em "Stradivarius" e a guarita da beira da praia em "Hermenegildo". A indignação com a política vem em forma poética em "Palavra Desordem". A importância das cidades da moradia, "Satolep Fields Forever", e da visita, "Duerme Montevideo" também está presente. Aliás, nesta última está o verso que resume bem as intenções de Vitor:
"Viver é maior que a realidade". O conceito de Campos Neutrais está perfeitamente realizado, tanto no disco como no palco.
Paulo Moreira
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