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segunda-feira, 1 de abril de 2019

cotidianas #625 - A Profissional


- Foi muito bom.
- Eu também gostei.
-Sério? Você deve dizer isso pra todos os clientes só pro cara ficar satisfeito, ficar "se sentindo"...
- Não. Sério! Eu gostei, mesmo. Não teria porque dizer se não tivesse gostado.
Ele parou de falar por um instante. Ainda sentado na cama, apenas com o lençol cobrindo a nudez, pareceu absorto por um pequeno momento e, como que despertando de algum pensamento, perguntou:
- Por que você faz isso?
- Isso o quê? - devolveu ela distraída com a roupa que começava a vestir.
- Isso... Assim, por dinheiro...
- Sexo? Eu adoro sexo. Adoro trepar. E se eu posso ganhar dinheiro com algo que eu gosto, melhor ainda. - respondeu com naturalidade.
- Mas uma moça tão bonita... - argumentou vagamente o cliente.
- É exatamente por ser bonita que é melhor ainda. Se eu fosse feia você ia querer estar aqui comigo?
- Mas eu digo, - insistiu - podia ser atriz, aeromoça, modelo...
- Mas não sou. Sou puta! E sou porque gosto. Eu não preciso disso. - explicou passando a um tom mais didático - Moro com minha avó, ela é bem de vida, me sustenta, paga todas as contas, a casa, tudo. O dinheiro disso aqui fica só para eu gastar em bobagens, bolsas, perfumes, baladas... Por que é que eu faço isso? Porque eu gosto de foder.
- Deve ser por isso que foi tão bom.
- Que bom que gostou. Eu gosto que meus clientes fiquem satisfeitos. - e terminando de ajeitar o vestido curto e colado no corpo, completou - A propósito: eu gosto de sexo mas, como eu disse, gosto também de dinheiro e, de mais a mais, tô precisando de um celular novo. Deu quinhentas pratas.


Cly Reis

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