Curta no Facebook

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Exposição "Museu Nacional Vive - Arqueologia do Resgate" - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro /RJ








O Museu Nacional pode ter sido devorado pelas chamas mas continua vivo. Vivo dentro de cada um de nós que o visitou, que o admirou, que entende sua importância e que por ele adquiriu um carinho especial, e vivo em peças recuperadas do incêndio de setembro do ano passado agora expostas no CCBB. Na verdade, nem todas estiveram expostas ao incêndio, uma vez que anexos do prédio principal, que sofreu a tragédia, guardavam algumas coleções e itens de pesquisa que, por sinal, só reforçam a importância e qualidade do trabalho realizado pelos profissionais da UFRJ à qual o museu era vinculado. Do que foi salvo da tragédia, é triste e ao mesmo tempo comovente contemplar itens altamente significativos histórica e cientificamente danificados, parcialmente carbonizados, semidestruídos mas com seu conteúdo cultural intacto e, agora, somado a isso, carregando uma gigantesca carga emocional. Devo admitir que em alguns momentos da visitação fiquei com lágrimas nos olhos pela tristeza do que tínhamos e que se foi, mas também pela alegria de ver que, mesmo que minimamente, ainda existe um pedaço do Museu Nacional e que podemos ter esperança de tê-lo de  volta. Não do mesmo jeito, é claro. Há perdas irreparáveis, sejam históricas, científicas, artísticas ou afetivas, mas com o que foi recuperado, com o empenho de todos, da sociedade, da iniciativa privada, do poder público, podemos ter, sim, de novo, daqui a alguns anos, este inestimável patrimônio de cultura e ciência à serviço e disposição da população. Seu corpo pode ter sido malcuidado, maltratado, despedaçado, mas seu coração ainda bate.

Fique com algumas imagens da exposição:

Em destaque, o meteorito Santa Luzia,
cartão de visitas da exposição.

Utensílios e armas de antigas civilizações.

Cocares índígenas.

Pedaço de capacete de samurai e outras peças
também da cultura japonesa.

Esculturas e utensílios originários da região da Itália.

Cranio de rinoceronte-negro.

Algumas peças da coleção de taxidermia de aves.

O calor do fogo do incêndio rachou a pedra (à direita)
e ajudou a revelar um fóssil vegetal ainda mais antigo.

Ossos de animais pré-históricos regatados dos escombros do mussu.

No detalhe, um fêmur de mastodonte.

Um crânio de jacaré...

E um outro danificado pelo incêndio.

Réplica do Trono de Adandozan, do antigo reino africano de Daomé,
produzida por um aluno de 13 anos, do Colégio Américo de Oliveira, do Rio. 

Pedaços das esculturas da fachada, ao fundo, e,
em destaque, à frente, um viga metálica retorcida pelo calor das chamas.

Parte dos históricos portões da residência
da Família Real brasileira.
No centro da grade, o "PII",de Pedro II.

Os visitantes, alguns relembrando, alguns conhecendo o que foi o Museu Nacional
e projetando o que podemos ter dele para o futuro.



por Cly Reis

*******


exposição "Museu Nacional Vive - Arqueologia do Resgate"
local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro
endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro -Rio de Janeiro/ RJ
visitação: de quarta a segunda, das 9h às 21h

período: até 29 de abril de 2019
entrada: gratuita

Nenhum comentário:

Postar um comentário