por Márcio Pinheiro
Definido por Martin Scorsese como um filme "contrabandista" – que utilizava a linguagem do sistema para passar uma mensagem contracultural –, "Planeta dos Macacos" continua revolucionário mais de 50 anos depois de seu lançamento. Charlton Heston é o cínico e niilista coronel Taylor, que reduz a sua participação na missão espacial apenas na certeza de que "deve haver algo melhor que o homem por aí" e que ridiculariza com uma gargalhada irônica o ufanismo americano de seu companheiro de uniforme que declara (com uma bandeirinha minúscula) o planeta como solo americano.
Dirigido por Franklin J. Schaffner e com roteiro de Rod Serling – o mesmo de "Além da Imaginação" –, Planeta dos Macacos tem uma primeira meia hora incomparável – da espetacular queda da nave no planeta à descoberta de que aquele mundo é dominado por macacos ao som de uma trilha sonora tensa e percussiva de Jerry Goldsmith (com direito até a solos de cuíca).
A emblemática cena da Estátua da Liberdade tombada à beira-mar: medo latente de um desastre nuclear |
trailer original de "Planeta dos Macacos"
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