Jogo de estratégia. Dois times que sabem ficar ali encolhidinhos defendendo até esperar a hora certa para atacar. A história em que, aproximadamente, apenas trezentos homens espartanos defendem a Grécia do ataque do tirano Xérxes com seu numerosíssimo exército, é basicamente igual nos dois filmes, o original de 1962, "Os 300 de Esparta", e seu remake, de 2006, chamado apenas "300". Em ambos os casos, o time, digo..., o exército comandado pelo capitão, quero dizer, general Leônidas, ciente de sua inferioridade numérica dentro de campo, posiciona-se num local limitado, estreito, por onde obrigatoriamente o exército do Rei Xérxes teria que passar, e fica ali, fechadinho, sem deixar o adversário penetrar na sua defesa e dando suas estocadas ofensivas, sempre que possível.
O time antigo não é ruim! Típico filme épico de Hollywood. Mais modesto, é verdade, com menos aparato, orçamento, menor suntuosidade, mas mesmo assim caracterizando bem aquele tipo de produções históricas, bíblicas, mitológicas que os estúdios americanos gostavam de fazer. O novo, por sua vez, é extremamente impressionante visualmente com uma fotografia digital espetacular que imita fielmente a concepção de Frank Miller, criador da graphic novel da qual o filme se baseou, e do qual é, por sinal, é uma espécie de "auxiliar técnico de luxo" do treinador Zack Snyder, homem que é especialista em dirigir times que procuram jogar no estilo HQ.
"Os 300 de Esparta" - trailer
"300" - trailer
O time de Snyder adota a mesma estratégia do time de '62 mas é mais abusado. Fica bem agrupado, compacta as linhas, mas avança com os pontas de lança levando perigo à retaguarda adversária. Atrai o time Persa para seu próprio campo mas aí então avança em bloco e espreme o adversário contra seu próprio campo fazendo-o, literalmente, cair na armadilha. Neste ponto, há um ABISMO de diferença na parte tática entre o time do Rei Leônidas e o do Rei Xerxes. E lá atrás então, não tem jeito de furar o bloqueio! Parece time do Mourinho quando "estaciona o ônibus" na frente do gol, só que no caso dos 300 de Snyder, é uma pilha de corpos que bloqueia a entrada. "Aqui não, queridinho!", É o recado de Leônidas para Xerxes que, apesar de toda sua altura, um gigante de mais de três metros, não consegue ganhar nem na jogada aérea, com o chuveirinho de flechas lançadas sobre a área adversária.
Uma mostra do quanto o remake é fiel à HQ.
Na cena, o time espartano sai em bloco e
empurra o adversário contra seu próprio campo.
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Placar final: 4 x 1 para o remake. Vitória de um time muito bem trienado, um time que não aceita a derrota, um time que não se entrega nunca, um time que, se precisar, luta até a morte.
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