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quinta-feira, 1 de abril de 2021

"Malcolm & Marie", de Sam Levinson (2021)




Minha relação com o filme é a mesma do casal Malcolm e Marie: amei, porém perdi a paciência várias vezes. Muito repetitivo...
O cineasta Malcolm (Washington) e sua namorada Marie (Zendaya) voltam para casa após a festa de lançamento de um filme para aguardar o iminente sucesso de crítica e financeiro. A noite, de repente, toma outro rumo quando revelações sobre o relacionamento começam a surgir, testando a força do amor do casal.
Embora as atuações passem muita verdade, sejam intensas, senti Zendaya muito solta com sua personagem, enquanto Washington, ainda que não esteja ruim, dá umas exageradas, o que talvez tenha sido orientação do diretor Sam Levinson, mas o fato é que não se vê muito evolução em seu personagem. O fato do longa ter apenas esses dois personagens, faz render belíssimos diálogos, mas, por outro lado, também torna o filme repetitivo e, às vezes você se perde sobre o que o casal está discutindo, pois a todo momento há um novo motivo. Chega um determinado momento que a gente nem sabe mais como aquilo começou e qual a razão daquela discussão. Como falei, as atuações estão bem fortes, o longa tem muito espaço para diálogos, os atores se entregam e quando clima esquenta você sente o filme ganhar força, bem como quando ele para e fica reflexivo, e então você aproveita para ver a belíssima fotografia.
“Malcolm & Marie” aposta muito nos elementos teatrais, nos diálogos, nas atuações, na doação dos atores, e, apesar de ser repetitivo, ele acerta. O grande destaque é Zendaya. Seu talento transborda em cenas como a da faca, delirando totalmente, ou a da banheira, na qual quase não fala nada, mas conseguimos sentir tudo que ela está sentido.
Discursos fortes, atuações intensas, metalinguagem criticando críticos de cinema, questionamento do cinema arte, “Malcolm & Marie ” é muito mais que uma DR de casal, embora, indiscutivelmente, seja, sim, uma grande DR.

Intensos, pura emoção, quase zero de razão.

 


por Vagner Rodrigues 

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