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sexta-feira, 2 de julho de 2021

Sagrado Coração da Terra - Sesc Belenzinho - São Paulo/SP (2014)

 

por Samir Alhazred

Tratei de um gênio norte-americano pouco reconhecido no texto anterior, quando falei do show de Glenn Branca. Por que não falar, então, de um gênio brasileiro ultraprodutivo e pouquíssimo falado?

Acredito que o violinista e arranjador Marcus Viana e seu grupo Sagrado Coração da Terra façam poucos shows, então foi bastante especial essa experiência em 2014, no mesmíssimo palco do Belenzinho, em que vira Glenn Branca anos antes.

Para não dizer que Marcus é um completo desconhecido, é inegável seu sucesso na trilha de séries e novelas clássicas como “Pantanal”, “A História de Ana Raio e Zé Trovão”, “Xica da Silva”, “O Clone” e “A Casa das Sete Mulheres”.

Cheguei a ele, entretanto, da maneira mais torta possível: quem ouvia heavy metal no início dos anos 2000 não passou incólume pelo grandioso disco “Ritual” (2002) do Shaman, grupo do cantor Andre Matos (ex-Angra, que faleceu precocemente em 2019). Andre, admirador e amigo de Marcus, o chamou para participar não apenas de um álbum de heavy metal, mas de shows da turnê. Ainda, o próprio Andre havia participado da faixa “Bem Aventurados”, do disco “A Leste do Sol, Oeste da Lua” do Sagrado, em 2000.

Viana: cabeça da SCT
Voltando ao show do SCT em si, em 2014, o impacto do ambiente intimista para um show de “rock”, como já ocorrera com Branca, é inevitável. Guitarras altas e pesadas, aliadas às orquestrações no teclado e violino, levaram a um típico show de rock progressivo/sinfônico – mas de toque e beleza brasileiras, bastante únicas, como é característico do som do grupo mineiro (aliás, não podendo ser dissociado do Clube da Esquina e de todo o movimento progressivo próprio da região em que nasceu).

Completavam a formação, naquela noite mágica, Sérgio Pererê e Camila Amorim (vocais), Augusto Rennó (guitarra), Ivan Corrêa (baixo), Danilo Abreu (teclados), Esdra “Neném” Ferreira (bateria) e Eduardo Campos (percussão). Não soube, até então, de outra aparição do grupo mineiro. Mas anos depois, no mesmo palco, presenciei Arrigo Barnabé performando “Clara Crocodilo”, e só posso reafirmar o quanto o local contribui para este tipo de show que alia peso e experimentações.

Na saída, grande fã que sou das “lojinhas” ou estandes (geralmente, são discos que jamais esquecemos e que associamos à experiência do show), adquiri um lindo CD, cuja existência desconhecia, chamado “Poemas Místicos do Oriente”, em que Marcus Viana arranja poemas recitados por ninguém menos que a atriz Letícia Sabatella.

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