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quinta-feira, 26 de maio de 2022

The Sugarcubes - "Life's Too Good" (1988)

 



A capa original, e mais conhecida, em destaque e
as variações cromáticas das reedições em vinil.

"Foi uma brincadeira.
Era uma banda de poetas,
ninguém sabia tocar.
Mas nos levaram a sério.
Ganhamos viagens, hotéis e comida de graça;
só tínhamos que fazer de conta
que éramos uma banda de rock.
Éramos estúpidos e ingênuos.
Nunca fomos profissionais."
Björk


Não é o melhor disco pop que você já terá escutado na vida. Sequer é o melhor disco da própria banda, uma vez que "Here Today, Tomorrow Next week!", o álbum seguinte é melhor tecnicamente embora sofra com uma mixagem pecaminosa, e "Stick Around for Joy", o último de estúdio, seja uma enorme evolução, sendo o passo decisivo para a maturidade definitiva e para a carreira solo de Björk. Mas "Life's Too Good", além de colocar a Islândia no mapa da música mundial, nos apresentava uma pequenina islandesa, assemelhada a um pequeno gnomo, mas com um vocal gigantesco, versátil, que transitava entre o estridente e o delicado, o poderoso e o frágil, o infantil e o lascivo. Ali surgia Björk.
"Life's Too Good" em determinados momentos soa estranho, tem algumas opções bastante questionáveis, ritmos quebrados, trompetes estridentes, backing vocals gritados, tanto que nem a própria Björk gostava muito das contribuições vocais do parceiro Einar Örn, mas, além de uma certa sofisticação toda particular e muito instigante, ali nos eram apresentadas pérolas, como a balada "Birthday", doce e ácida; a dramática "Mama"; o pop intenso da boa "Coldsweat"; a "histérica" Delicious Demon"; e principalmente, "Deus" uma canção pop singular em todos os sentidos, desde a estrutura, com uma interlocução inusitada do segundo vocal; à letra, de uma inocência quase comovente, interpretada com uma singeleza celestial pela pequena islandesa que, ali definitivamente assinava seu ingresso no hall das grandes cantoras da nossa época.
Merecem destaque ainda a interessante "Blue Eyed Pop", a abertura com a boa "Traitor, e o fechamento com a frenética "F**** in Rhytmn and Sorrow" e, embora, não seja um disco brilhante, sua existência e a contribuição que trouxe consigo da grande satisfação que nos entregou, já justifica sua inclusão entre os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

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FAIXAS:
1. "Traitor" (3:08)
2. "Motorcrash" (2:23)
3. "Birthday" (3:59)
4. "Delicious Demon" (2:43)
5. "Mama" (2:56)
6. "Coldsweat" (3:15)
7. "Blue Eyed Pop" (2:38)
8. "Deus" (4:07)
9. "Sick for Toys" (3:15)
10. "F***ing in Rhythm & Sorrow" (3:14)

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Ouça:
The Sugarcubes - Life's Too Good"



por Cly Reis




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