E lá se foi mais um ano, ouvintes radioelétricos! Posso dizer, no entanto, o contrário: já se veio mais um ano. Afinal, são quase sete no ar de Música da Cabeça, o programa que comando com muita satisfação na Rádio Elétrica. E como todas as quartas-feiras tem programa novo, tornou-se habitual desde o início que a cada edição houvesse também uma arte. E é aí que a gente entra. Tal no ano passado, quando começamos a fazer essa retrospectiva específica do MDC a exemplo do "A arte do Clyblog", recorrente há mais tempo por aqui, selecionamos algumas das artes criadas para anunciar o programa em 2023, ano dos 15 do blog.
O aviso foi dado anteriormente, mas não custa repetir: não se esperem obras-primas do design gráfico, pois as ferramentas e as habilidades são, se não parcas, básicas. Sei que peco pelo acabamento (um designer profissional deve querer se enforcar a cada vez que vê). Mas não é por mal. Assim como o programa em si, a arte é fruto da vontade de fazer. Até porque, isso dá pra afirmar, busca-se sempre a criatividade, algo que instigue que vê/lê, e até que a coisa sai legal por vezes. Amparadas pelo texto, no qual também invariavelmente tento puxar por algo interessante, as artes se baseiam em acontecimentos da vida cotidiana do Brasil e do mundo que só podem resultar em algo, no mínimo, legal graficamente falando.
Houve a favor, no decorrer de 2023, um caldeirão de eventos para que isso acontecesse. Guerra na Croácia e na Faixa de Gaza, perdas de gente como Rita Lee, Ryuichi Sakamoto, João Donato e Zé Celso Martinez Corrêa, Camões de Chico Buarque, urso em Marte, submarino perdido, 8 de janeiro... É, entre fatos bons e não tão bons, a gente vai contando, quase como uma crônica semanal e musical, aquilo que nos cerca e nos interessa. As artes do MDC são um espelho disso. Então, fique aí com essa seleção do que mais de legal teve em 2023.
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Iniciamos o ano com nada mais, nada menos, que a edição especial de nº 200, que teve a participação à altura: o músico e jornalista pernambucano Fred Zero Quatro, líder da Mundo Livre S/A
Mas nesse Brasil, a festa demora pouco. Uma semana depois da posse do Presidente Lula,
a barbárie do 8/1, que nos motivou a esta arte para o MDC 301
Enxergaram urso em Marte? A gente enxergou no MDC 304
Em março, ferviam as investigações sobre o "caso das joias" apreendidas com a comitiva de Bolsonaro, mote pro MDC 311
Ainda em março, a edição 310 teve entrevista especial com meu primo-brother Lucio Agacê, figura lendária do rock alternativo (e preto) gaúcho
Ramadã, em abril, e o programa também se inspirou pro 314. Ficou bonito
Chico finalmente pôs a mão no certificado do Camões, que, na verdade, era o MDC 316
Em maio, para o especial de nº 320, entrevistamos a psicóloga, musicista e ativista preta gaúcha Caroline Rodrigues
Em junho, a abertura do texto da chamada do programa 321 foi assim: "A gente fotografa a floresta assim, neste ângulo, só pra que seu olhar se direcione para aquilo que deve". Cara de pau
Lembram daqueles ricaços excêntricos (e sem noção) que se meteram num submarino sem socorro e não voltaram mais?
Foi uma reprise, mas nem por isso deixamos de comemorar com uma arte especial a primeira edição de julho com o anúncio (quase "ilegígel") da ilegibilidade do Bozo. Só de lembrar, dá vontade de gritar de novo: I-NELEGÍVEEEEL!!
Se houve o que celebrar, também tiveram perdas. E grandes. Ryuichi Sakamoto (abril), Rita Lee (maio) e Zé Celso Martinez Corrêa (julho) foram três delas
As guerras também, infelizmente, mancharam o calendário, mas viraram arte de denúncia nas edições 324 (julho), 339 (outubro) e 346 (novembro). MDC NO WAR!
Mais perdas, algumas tristes, outras revoltantes: João Donato, em julho e, em agosto, Sinéad O'Connor, e Mãe Bernadete
Mais uma arte legal, esta pro cabalístico programa 333, último de agosto
É "O Pequeno Príncipe de Maquiavel"? Não, só o MDC tirando sarro da cara de gente ignorante, mas metida a sabe-tudo (setembro)
Mais uma vez, o 20 de novembro (que agora virou feriado) nos inspirando
Mais edição de data fechada, a de 340, que teve como convidado a lenda do rock gaúcho Frank Jorge
Adentrando o último mês de 2023, uma arte baseada em grafismos
Talvez a perda mais sentida: Paulo Moreira, nosso "Cabeção", que virou "capa Blue Note" a la Reid Miles para a nossa edição 349
Quem começa o ano com edição especial, acaba o ano com edição especial: MDC 350, que teve entrevista internacional com o produtor musical cabo-verdiano Djô da Silva (era pra ter sido um vídeo na época, mas deu problema no programa...)
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