Acabei de ler este livro, “Pablo Escobar: Ascensão e queda do grande traficante de drogas”, de Alonso Salazar (Ed. Planeta), que é uma bomba armada. Esse figurão
está muito presente no submundo apesar de morto. Ele chegou a ser um dos homens
mais ricos do planeta, e 80% da cocaína consumida nos EUA era fornecida por
ele. Pablo era carismático e inteligente. Foi considerado o Robin Hood da
Colômbia: ao mesmo tempo em que ajudava os pobres das periferias, matava
juízes, políticos e suas famílias sem pena. Colocou bombas em carros, prédios e
derrubou aviões matando centenas de pessoas inocentes. Formou seu próprio
exército de assassinos, que tinha proteção política. Nunca usou drogas pesadas
e fumava apenas um baseado por semana. Não bebia, era discreto com suas roupas
mas extravagante em seus gostos por aviões, carros e mulheres.
Seguia sempre a filosofia de Don Corleone, tirada dos livros
de Mario Puzo de quem era fã: jamais gritava com alguém, costumava escutar a
todos com calma. Apenas uma coisa distinguia os métodos do Cartel de Medelín da
Máfia Italiana: os Capos não matavam sem motivos aparentes. Escobar podia matar
por diversão. Um dos maiores assassinos do mundo foi um “ótimo” pai e temia com
respeito só dois seres neste planeta: sua mulher e sua madrecita.
Em tempos de debates relacionados à liberação das drogas o
que mais me deixou reflexivo foi um comentário a seus "consiglieris" sobre o tal assunto.
Enquanto ouviam músicas de Roberto Carlos (O "Rei" chegou a fazer
show particular para Pablo), Escobar disse: "Em
um país aparentemente civilizado quase todos grandes estão envolvidos no
tráfico, começa na política, a alta sociedade as periferias, os artistas, as
guerrilhas. O consumismo capital deixou eufóricos os manda chuva da 5ª Avenida,
nossa demanda é grande. Eu temo que um dia tudo seja legalizado, aí estamos
perdidos, Cali e todos nós no mesmo buraco, não viverei para ver isso
legalizado, não viverei".
por Francisco Bino