Moby é certamente um dos artistas mais criativos e importantes das últimas décadas no cenário musical geral e não apenas no eletrônico. Moby já transcendeu a isso. Não pelo fato, que eu nem aprovo muito, de estar pegando em guitarras e se aventurando mais do que devia nos microfones ultimamente, mas sim porque a extensão do que produz como música, como sonoridade, como possibilidades, chega muito mais longe do que uma pick-up, um deck, uma rave.
Acompanho Moby mais ou menos desde que pintou por aí, e desde a badalada “Go”, passando por ‘Next is the E”, “UHF”, “Thousand’, viu-se então o cara chegar ao seu grau máximo de qualidade em “Play”.
“Play” é daqueles álbuns que o artista acertou. Pensou em alguma coisa e deu certo, tentou uma evolução em relação ao próprio som e deu também, brincou com elementos diferentes e pimba! Golaço.
O álbum abre em grande estilo, já com uma das melhores do disco, a descontraidíssima “Honey”, seguida da excelente “Find My Baby”, com aquele sampler de vocal blues que não perde a raiz mesmo com a batida eletrônica.
“Why Does my Heart Feel So Bad” ao contrário de “Honey”, é melancólica, mas não menos excitante a seu modo. Notável na sua tristeza, é extremamente bem trabalhada em cada detalhe contando com um belíssimo vocal gospel.
"Bodyrock” é, como sugere o nome e como confirma o clipe, pra não parar de mexer. É mesmo um corpo em movimento pela música, ou música movendo o corpo, ou música em movimento. Tudo isso! É elétrica, empolgante, entusiasmante.
“Natural Blues”, mais uma das minhas favoritas, com seu sampler de vocal bluseiro, é outra das boas misturas que Moby arrisca na obra e o resultado fica admirável.
Ao longo de suas 18 faixas Moby vai intercalando momentos de introspecção, como “Guitar, Flute & Strings”, faixas mais vibrantes, como “Machete” e algumas experimentações sonoras como em "7" ou "If Things Were Perfect", contudo, incrivelmente conseguindo manter uma unidade e uma identidade, fazendo assim de “Play” um disco singular no âmbito da música eletrônica e um marco no gênero.
Depois de tudo isso o encerramento e daqueles que justificam um grande disco: “My Weekness”com seu coro celestial numa atmosfera etérea fazem uma despedida relaxante.
Elogia-se muito o álbum “18”, sucessor de “Play”. Particularmente não gosto tanto, e como disse, acho que ele anda se aventurando demais nos microfones, mas não invalida todo o talento e inovação deste que é um dos principais nomes da música nos últimos anos.
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FAIXAS:
1."Honey" 3:27 2."Find My Baby" 3:58 3."Porcelain" 4:01 4."Why Does My Heart Feel So Bad?" 4:23 5."South Side" 3:48 6."Rushing" 2:58 7."Bodyrock" 3:34 8."Natural Blues" 4:12 9."Machete" 3:36 10."7" 1:00 11."Run On" 3:44 12."Down Slow" 1:32 13."If Things Were Perfect" 4:16 14."Everloving" 3:24 15."Inside" 4:46 16."Guitar Flute & String" 2:07 17."The Sky Is Broken" 4:16 18."My Weakness" 3:37
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Ouça:
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Cly Reis