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sábado, 27 de junho de 2015

“Lugares Escuros”, de Gilles Paquet Brenner (2015)



A escritora americana Gillian Flynn tem sorte nas adaptações de seus romances para o cinema. Primeiro foi o diretor David Fincher que pegou o espírito da coisa e fez um belo filme do livro “Garota Exemplar”, com uma atuação eletrizante da inglesa Rosamund Pike. Agora, chegou a vez francês Gilles Paquet Brenner fazer sua adaptação de “Lugares Escuros”, outro livro de Flynn. A escritora calca seus suspenses em questões familiares. Enquanto, “Garota Exemplar” se centrava no desaparecimento de uma dona-de-casa exemplar e a posterior acusação do marido como principal suspeito, “Lugares Escuros” começa com o assassinato da mãe e duas filhas em 1985 e as repercussões que o fato vai ter no resto da família: o adolescente acusado de matar e a menina sobrevivente.
Com um roteiro bem montado pelo próprio diretor, a trama vai se desenvolvendo entre o presente e o passado, enredando o espectador e fazendo com que até o final não se saiba o que aconteceu no passado e porque determinados personagens agem estranhamente no presente. A personagem Libby Day, interpretada magistralmente por Charlize Theron, está falida e é contratada por um “clube de mistério”, liderado por Lyle (Nicholas Hoult, fechando sua segunda dobradinha com Theron, depois de “Mad Max”), para desvendar o crime. Quando criança, Libby acusou seu irmão mais velho, Ben, dos assassinatos. No presente, ele está há 28 anos na cadeia e não fez nenhum tipo de apelação.
Charlize Theron em interpretação digna de Oscar.
Na investigação, Libby vai se defrontando com pessoas do seu passado, como Diondra, a namorada do irmão. Interpretada pela gracinha e excelente atriz Chlöe Grace Moretz, Diondra é um mistério da história tendo desaparecido na noite das mortes e nunca mais tendo sido encontrada. Outro ator que está muito bem em cena é Corey Stoll, o Ben da atualidade, que aproveita cada minuto de seu personagem para acrescentar uma nuance. Nas cenas do passado, brilha Christina Hendricks (de “Mad Men”), como a mãe da família Day.
Mas quem brilha mesmo é Charlize Theron. Em minha opinião, rumo ao seu segundo Oscar. “Lugares Escuros” vai sendo conduzido com destreza pelo francês Brenner até o seu final surpreendente. E, ao contrário do que se disse por aí, o filme não cede ao happy end, mas coloca seus personagens confusos em relação ao seu futuro. Vale a pena conferir “Lugares Escuros”, em cartaz nos cinemas.






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