Curta no Facebook

sexta-feira, 1 de julho de 2016

cotidianas #445




Era uma mão.
Ele a apanhou com cuidado, observou com atenção e por um momento se esqueceu da dona que olhava a cena com um sorriso no rosto corado.
Cada detalhe da mãozinha magra e delicada era como o mapa de um oceano de sensações e sentimentos. Cada detalhe, das veias de um verde claro à pequena queimadura feita numa panela de brigadeiro, indicavam a confirmação de um vínculo metafísico.
- Minha mão não é bonita. - disse ela, um tanto constrangida.
Ele não deu importância. Continuou observando, acariciando e tentando esquentá-la. Não era apenas uma mão. A engenharia ali manifesta era, convenhamos, um pequeno milagre, pensava. Era um universo. Era o elo que ligava dois mundos. Ela e ele.





Nenhum comentário:

Postar um comentário