Meredite perguntava-se retoricamente: “Que rumo tomei na minha vida, meu Deus?” Atordoada, magoada, confusa, caminhava pela avenida escura da noite até que atacou um táxi.
- Segue em frente, senhor. Só segue em frente...
O motorista, nem tão senhor quanto o protocolo pedia ou a falta de atenção dela oferecia, obedeceu. Dirigiu em linha reta por mais de uma hora, enquanto Meredite, ao seu lado, foi aliviando a tensão de tal forma que adormeceu. Nem percebeu quando o carro, como um tapete voador, ganhou altura e percorreu de cima a madrugada silenciosa da cidade. A sensação confortante da suspensão, entretanto, esta sim entrou nos sonhos de Meredite, que, em sono profundo, formou no rosto um sugestivo sorriso, que se perpetuou em seus lábios durante todo o restante da viagem.
Daniel Rodrigues
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