Já "I'm Your Man", de Cohen, me assustou um pouco pelo uso excessivo de teclados e baterias eletrônicas, bem ao gosto da música pop oitentista. De qualquer maneira, três faixas me chamaram a atenção: "Ain't No Cure for Love", "I Can't Forget" e "Tower of Song", cuja ironia e auto-depreciação são muito engraçadas: "Eu nasci assim, não tive escolha / Nasci com o presente de uma voz de ouro".
Depois, foi a vez de Oliver Stone transformar em sucesso pop com "The Future", música do seu enlouquecido filme "Natural Born Killers". Mas foi um disco ao vivo que me ganhou e me fez virar fã absoluto: "Cohen Live" com uma versão de "There is a War", outro portento de ironia: "Eu vivo aqui com uma mulher e uma criança, a situação me faz ficar um pouco nervoso / Eu a levanto pelos braços, ela diz, ' Imagino que você chama isso de amor, eu chamo de serviço de quarto'.
Daí em diante, todos os lançamentos de Cohen passaram a frequentar minha discoteca e o meu CD player. Agora, aguardo a chegada de "You Want it Darker", seu derradeiro trabalho. Bowie, Prince e agora Cohen. 2016 está levando nossos ídolos, mas a música fica. RIP Leonard Cohen.
por Paulo Moreira
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