Entrou na caverna.
O lugar parecia vazio, abandonado, deserto. Disseram-lhe que o lugar pregava peças na mente das pessoas. Que tomasse cuidado. Era perigoso. A caverna era inteligente, engenhosa. Tinha seus truques
Olhou em volta. A pedra deveria estar ali. Não demorou a avistá-la. Era diferente das outras. Não havia dúvida. Aproximou-se para pegá-la quando ouviu uma voz. Um homem que parecia um eremita, um mago, ou algo do tipo saíra das sombras, de trás de uma grande rocha.
- Em que posso ajudá-lo? - perguntou ao visitante.
- Receio que não possa me ajudar. - dissimulou tentando evitar que o outro percebesse que pegara a pedra.
- Em que posso ajudá-lo?
- Receio que eu... Ei, eu já lhe respondi que não pode me ajudar.
- Em que posso ajudá-lo?
- Você já me fez essa pergunta e eu já respondi.
- Em que posso ajudá-lo?
- Ei, você está de brincadeira comigo?
- Em que posso ajudá-lo?
- Ei, você está de... Mas isso já...
- Em que posso ajudá-lo?
- Mas isso já aconteceu.
- Em que posso ajudá-lo?
- Isso já aconteceu, já aconteceu.
- Em que posso ajudá-lo?
- Pode parar com isso, por favor?
- Em que posso ajudá-lo?
- "Em que posso ajudá-lo?", "Em que posso ajudá-lo?". Só sabe ficar repetindo isso?
- Em que posso ajudá-lo?
- "Em que posso ajudá-lo?". Só sabe ficar repetindo isso?
- Em que posso ajudá-lo?
- "Em que posso ajudá-lo?"
- Você não pode me ajudar.
- Em que posso ajudá-lo?
- Você não pode. Eu posso.
- Em que posso ajudar?
- Você pode pôr um fim nisso tudo.
- Em que posso...?
- Quer?
- Você pode me ajudar?
- Posso.
- Você pode me ajudar?
- Posso. Basta largar a pedra.
Cly Reis
Nenhum comentário:
Postar um comentário