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Emoldurado por um dos cartões postais da cidade, o Araújo Vianna, local onde foi lançado o livro |
“Mas não é só o filme que carrega em seu corpo sinais.
Sociedades e cidades também as têm, mesmo que por baixo das vestes. 'O Caso do
Homem Errado', na linha do que outras realizações vêm evidenciando há
aproximadamente 20 anos na produção audiovisual negra no Brasil e noutros polos
cinematográficos, denuncia verdades fadadas até então ao apagamento da
história, ao escurecimento – sem o perdão da redundância.”
Trecho do artigo "A Pele da Cidade", sobre o filme “O Caso do Homem Errado”
Antes de pisar sobre o chão da sala Radamés Gnatalli, no Auditório Araújo Vianna, na manhã do domingo, dia 20 de março, já tinha ideia que viveria um momento especial. A presença de
my love Leocádia e de minha
hermana Carolina, somadas à coincidentemente bem-vinda presença de minha mãe, Iara, chegada do Rio de Janeiro horas antes por outros motivos, mas que a deu condições de também comparecer ao evento, já garantiam a especialidade. O retorno, depois de 2 anos e alguns meses de total ausência de eventos presenciais por conta da covid-19, ao mesmo tempo em que excitava pela novidade, também assustava pela descostume. Havia também como elemento adicional as comemorações pelos 250 anos de Porto Alegre, do qual o livro faz parte através do projeto Cine Rock, momento raro na história de qualquer cidade. Tudo fazia aumentar a espera.
Mas todos os receios e expectativas foram totalmente superados ao que adentramos a sala onde “50 Olhares da Crítica sobre o Cinema Gaúcho” teve seu histórico lançamento. A felicidade de todos era visível, fosse pelo feito da materialização do primeiro livro da ACCIRS em 24 anos de associação, fosse pela alegria de poder rever as pessoas depois de tanto tempo, fosse pela satisfação de, simplesmente, dividir aquele momento com os colegas, amigos, familiares e realizadores. O livro da ACCIRS é feito em correalização com a Opinião Produtora por meio do projeto Cine Rock, aprovado pelo Pró-Cultura RS e pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do RS e patrocínio da JBS.
De minha parte, mesmo sem convidar a ninguém especialmente, fui agraciado com, além destas as quais mencionei no início, ricas presenças que me fizeram ainda mais completo. Estiveram lá, representando a família Leão, meu primo Henrique, filho de Cléber, competente professor e historiador que tão essencialmente contribuiu para o artigo de minha autoria no livro. Fizeram meu coração sorrir também os amados amigos Rodrigo, Lisi, Malu e Elis, e Valéria Luna com a sua filha Dora, bem como dividir - e trocar - autógrafos com Conrado Oliveira, colega de trabalho e de cinefilia. Completou-se ainda com a satisfação de rever (e abraçar) os colegas jornalistas Paulo Moreira, membro da ACCIRS mas que não participou da edição, e Ana Mota, outra que coincidentemente, assim como minha mãe, aterrissou em Porto Alegre e também não quis perder a oportunidade de prestigiar.
Do livro em si, adianto que ainda não será possível me estender. Mal consegui folheá-lo do dia do lançamento até hoje e, para modo de não dar luz ao que mereça, prefiro deixar para uma outra postagem aqui no blog mais adiante – talvez até nem por mim mesmo. Entretanto, agora já posso comentar brevemente sobre o artigo que escrevi e o filme o qual escolhi: “O Caso do Homem Errado”, o essencial documentário da cineasta Camila de Moraes, de 2017, primeiro longa dirigido por uma mulher em então mais de 60 anos de produção cinematográfica no Rio Grande do Sul. Histórico por si só. Mas não somente isso: “O Caso...” trata-se de um grande filme, absurdamente atual diante da uma realidade social gaúcha e brasileira.
Em meu artigo, o qual considero grave por necessidade temática, discorro sobre questões que ligam o ontem e o hoje nas relações de preconceito racial e urbanicidade. Como disse anteriormente, a colaboração de meu primo Cleber é de suma importância para a abordagem proposta, uma vez que sua visão do brancocentrismo na sociedade é chave para fazer ligar essas pontas que enlaçam passado e presente.
Fico aqui, porém, em palavras, mas os deixo com alguns dos felizes registros feitos neste dia marcante para a história da crítica de cinema no Rio Grande do Sul, para o cinema do Rio Grande do Sul, para quem faz e curte cinema no Rio Grande do Sul. Para mim, que nasci e moro no Rio Grande do Sul. Uma coisa posso lhes dizer: que momento feliz vivemos neste dia!
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Um brinde com a mãe e o primo |
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Love, love, love: cinema, cinema, cinema |
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Conrado e eu: quando é que vem o próximo em conjunto? |
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Com hermana, que fez a manhã de autógrafos ser ainda mais iluminada |
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Os amigos da "visões periféricas" e da vida |
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Val, Dora e eu: Guaíba e Capibaribe |
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Autógrafos para a filha e ex-esposa de Luis Carlos Merten, referência pra qualquer crítico de cinema |
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A amada presença de Henrique representando os Leão |
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O professor Paulinho Moreira foi prestigiar! |
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O exemplar autografado de d. Iara não podia faltar... |
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... E ela logo pegou pra ler! |
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Com as queridas colegas de ACCIRS Mônica Kanitz e Fatimarlei Lunardelli |
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Posando para a foto conjunta com todos os autores presentes... |
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... E outra com a minha galera, claro! |
texto: Daniel Rodrigues
fotos: Leocádia Costa e Carol Rios
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