Fred enterrou a bomba no carro. O marcador começou a correr. Leo entrou na loja de conveniência. Alguns snaks, umas cervejas...
- Quanto dá?
- $45, 60... - respondeu de má vontade, o atendente.
- ... mais o combustível. - completou Leo.
O caixa virou o pescoço, olhou pela janela, avistou a bomba de combustível.
- $120.
Dinheiro no balcão.
- Pode ficar com o troco.
Fred já completara o tanque, Myara já voltará do banheiro. Estavam prontos para seguir.
Uma voz fez com que Leo estacasse à porta antes de sair.
- Fiquem pela principal.
- Como é? - voltou-se o rapaz.
Um velho, no fundo da loja, quase oculto por sombras, confirmava a advertência:
- Fiquem na estrada principal. Não saiam dela por nada, entenderam?
- E quem é você para dizer por onde a gente deve andar? - inquiriu incomodado o jovem.
- Não importa. O que interessa é que...
- Olha, velhote, tá meio apertado nosso tempo e a gente tava exatamente pensando em pegar aquela saída à esquerda...
- Não façam isso!!!
- Qual o problema? - quis saber, agora curioso.
- A estrada não vai deixar vocês chegarem onde querem.
- É muito ruim? Tem muitos buracos, é isso? - imaginando serem os motivos.
- Não é isso! Ela tem vontade própria. Ela tem vida própria.
- Cala a boca, Raul. - ralhou o caixa - Ele vive assustando os motoristas por aqui com esse papo de estrada, uuuuh!!! Por causa dos adolescentes mortos lá. Faz muito tempo... Era um maluco desses, sabe. Desses psicopatas, coisa do tipo... Matou cinco jovens que iam pr'um acampamento. Mas é bobagem. Lenda.
Um pouco desconfiado, agora, Leo, hesitava um pouco. Não pôde deixar de notar os cartazes de desaparecidos, jovens como ele, na parede atrás do caixa.
Mas, por fim, mesmo um pouco ressabiado sobre o que acabara de ouvir, saiu da loja e juntou-se a Fred e Myara no carro.
- O que que você tem? - perguntou a garota.
- Nada, nada...
- Vamos nessa? - instigou o amigo, ao volante, dando algumas aceleradas só pelo prazer do barulho do motor.
- Vamos. Mas... vamos ficar pela principal, tá bom?
- Tá louco? O festival já tá quase começando e a gente tá aqui ainda. Vamos pela secundária, que eu falei, que é bem mais rápido.
Cly Reis
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