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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

"Tik Tok - A Conspiração", de Li Jun (2016)

 


Em épocas de "bet-isso", "bet-aquilo", "aposte aqui", "aposte acolá", um filme que tem como mote o universo das apostas esportivas e o futebol como pano de fundo: em "Tik Tok - A Conspiração", produção sino-coreana de 2016, um psicopata viciado em jogos, Guo Zhida, um rapaz de rosto desfigurado e mente muito perturbada, sequestra a esposa de um jogador, ameaça o atleta e pretende explodir um estádio de futebol onde está acontecendo uma partida importantíssima do campeonato asiático com a intenção de extorquir um grupo que administra jogos e apostas. Tendo seu plano descoberto pela polícia, ele barganha com o investigador do caso, o policial Jiang, por respostas a seus enigmas em troca da localização das três bombas que estariam no estádio. Jiang deve cumprir as tarefas impostas por Zhida, como usar a camiseta de um dos times finalistas no meio da torcida adversária, e resolver suas charadas, algumas especificamente sobre futebol, como, por exemplo, qual o nome do filho de Cristiano Ronaldo, ao mesmo tempo que, ajudado pela psicóloga do maluco, Yang Xi, tenta desvendar o perfil do criminoso e suas verdadeiras intenções.
O filme é um tanto confuso, em determinados momentos cai na comédia, mas de certa forma prende a atenção do espectador por conta dos quebra-cabeças do vilão, e de algumas viradas e quebras de expectativa, como é o caso da própria partida de futebol que, com todo o destaque recebido na primeira metade da trama, acaba se revelando uma parte menor de um plano ainda mais ousado.
As cenas de jogo de futebol em si, dentro de campo, até que são bem filmadas, o que é raro, uma vez que, por mais emocionante que seja o jogo, nem sempre é fácil transmitir sua dinâmica para o cinema; o mistério, ainda que capenga e cheio de lacunas, mantém o espectador interessado e envolvido; o maluco até é legal com sua máscara, inicialmente, tipo Michael Myers que, depois danificada fica ainda mais sinistra; o desfecho é interessante, embora comece a se moldar muito cedo e ao chegar ao clímax, já esteja óbvio e presumido; e a cena final, pós-créditos, é inteligente de modo a sugerir que, quando se trata de dinheiro, sempre tem alguém de olho, além de, talvez, encaminhar uma possível sequência.... Será? Com todos os defeitos, eu assistiria.
No topo, uma das cenas dentro de campo,
no centro, o investigador no meio da torcida rival,
e abaixo, o psicopata frente a frente com o policial.





Cly Reis

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