Belo, bem escrito, bem dirigido, uma animação espetacular! O filme é fantástico, Wes Anderson é incrível, “ Ilha dos Cachorros” pode não ser perfeito mas é sublime em todos os aspectos.
Atari Kobayashi é um garoto japonês de 12 anos de idade que mora na cidade de Megasaki sob tutela do corrupto prefeito Kobayashi. O político aprova uma nova lei que proíbe os cachorros de viverem no local, fazendo com que todos os animais sejam enviados a uma ilha vizinha repleta de lixo, porém o pequeno Atari não aceita se separar de seu cachorro, Spots. Ele então convoca os amigos, rouba um jato em miniatura e parte em busca de seu fiel amigo. E essa aventura vai transformar completamente a vida da cidade.
É uma obra que você tem que assistir completamente dedicado a ela pois necessita muito da sua atenção, uma vez que é fundamentada nos diálogos e detalhes. Apesar de ser uma animação e ter bichinhos, "Ilha dos Cachorros" não é um filme infantil. Tem seus momentos cômicos mas de um modo geral seu enredo é bastante político, além de um ritmo lento que, certamente não chama atenção das crianças em geral, não é mesmo? (Podemos dizer que nem de alguns adultos). Portanto, não vá com espírito de ver algo Disney/Pixar, ou Dreamworks.
A nada bela ilha para onde os cães são enviados. |
É curioso como ficamos distanciados e não conseguimos ter muita empatia com os personagens humanos, o que é provável que seja proposital pelo fato do elenco de cachorros ser o principal, o que fez com que nenhum humano me cativasse muito. Já os cães, são magníficos! O trabalho de arte de movimentação, as atuações, o trabalho vocal do grande elenco do filme (Angelica Huston, Bill Murray, Bryan Craston e mais uma galera... até Yoko Ono), e as partes cômicas também ficam por conta do cães que, por sinal, se saem muito bem.
Mesmo envolto numa polêmica de uma suposta apropriação cultural, que no meu ponto de vista é muito mais como uma linda homenagem ao cinema e à cultura japonesa, o longa vem com força e se continuar assim pode ser candidato ao próximo Oscar de animação. Não é uma obra de fácil absorção até pela grande quantidade de referências à arte nipônica, o que exige um certo conhecimento para captá-las, porém a beleza visual, a sutileza do enredo podem te colocar dentro do filme e prender sua atenção. Mais uma bela obra de Wes, que vem conquistando meu coração a cada novo filme.
O divertido grupo de cães que ajudam o jovem Atari. |
Vagner Rodrigues