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terça-feira, 30 de julho de 2019

"O Rei Leão", de Rob Minkoff, Roger Allers (1994) vs. "Rei Leão", de Jon Favreau (2019)



São times iguais. Mesmo esquema tático, posicionamentos iguais, as mesmas jogadas, jogadores com as mesmas características. O que muda é o uniforme: um com um material mais rústico, menos confortável, e o outro com aqueles materiais altamente tecnológicos tipo aqueles que absorvem o suor, melhoram o desempenho, diminuem o atrito com o vento e o escambau. Sem falar no estádio de primeiro mundo padrão FIFA, do Centro de Treinamentos moderníssimo e equipamentos de estatística e performance e outras modernices que o outro não tem. Mas, no mais, é tudo igual. Igualzinho. Isso porque o novo "O Rei Leão", dirigido por Jon Favreau, do semelhante "Mogli, O Menino Lobo", reconhecendo a grandeza e a ascendência do antigo "O Rei Leão", imita exatamente todos os movimentos daquele time mágico de 1994 que encantou o mundo com seu futebol. Só teve uma coisa que o técnico do time de 2019, mesmo com todo o investimento, não conseguiu repetir em sua equipe: a alma. O novo filme, o novo não tem o coração do antigo. O novo Rei Leão não consegue, nem de perto, transmitir a mesma emoção que o original. E esta deficiência não se deve somente ao fato de que praticamente todos nós  já conhecemos a história e sabermos exatamente o que acontece nos momentos chave. Se deve muito mais à questão que eu referi do "uniforme novo". A tecnologia, a tecnologia!!! Ainda que salte aos olhos e faça grandiosas as imagens e a fotografia do longa, por outro lado o torna frio. Mesmo que muitas vezes nem pareça, tamanho e tão impressionante que é o realismo visual do longa, mas, assim como o original, à sua maneira e com seus recursos, trata-se, sim, de uma "animação" (computação gráfica) e, neste caso, a opção por caracterizações rigorosamente realísticas dos animais, com movimentos mínimos de boca nas falas e a menor relação possível com as maneiras humanas, acabou por afastar os personagens do espectador. O Simba é fofinho, o Timão é uma graça, mas no fim das contas, tudo parece mais um grande documentário do National Geographic, do Discovery Chanel ou do Animal Planet só que com uma historinha shakesperiana. Daria quase na mesma se o narrador de um desses canais de vida animal narrasse com aquela voz fria, quase sussurrada, com comedida e calculada dramaticidade, a saga do pobre leãozinho exilado, "...E Mufasa, tentando proteger o filhote, cai e é  pisoteado pela manada. O pobre Simba, impotente, assiste à morte do pai. O que será dele agora?". O espectador assiste a cenas como esta que mencionei, na qual se debulhou em lágrimas há 25 anos atrás, hoje, com uma naturalidade tal como se estivesse vendo, simplesmente, um leão caçar um antílope. 

Comparação cenas de "O Rei Leão" (1994) e "O Rei Leão" (2019)

Normal! Um leão caça antílopes. Ok, é isso aí. E esse é grande parte do problema: no novo filme um leão é um leão, uma hiena é uma hiena, um javali é  um javali e parece que não há nada muito a mais que isso. Eles quase não são os personagens carismáticos que fizeram do filme um cult até os dias de hoje. E o que falta a eles então? Falta a molecagem. Uma careta aqui, um esticão ali, um absurdo acolá, uma caricatura, um exagero... Falta ser mais desenho. E é aí  que o antigo ganha de vez o jogo. O desenho animado tinha a grande vantagem da flexibilidade que o modelo possibilita e, este princípio aplicado às expressões dos personagens faz toda a diferença. O novo Simba filhote é um amorzinho mas é um bichinho de pelúcia, enquanto o anterior fazia cara de sapeca, de medo, de triste e a gente ia junto na emoção. O Mufasa novo tem imponência, tem postura de pai, mas falta aquela cara de reprovação às travessuras de Simba; o vilão Scar, embora até bem constituído na nova proposta, sombrio, sinistro, convincente, carece um pouco daquele ar cínico e malicioso que o desenho apresentava e que nos fazia até gostar um pouco daquele canalha perverso e maquiavélico. E um Rafiki inxpressivo, um Pumba vago e vazio, uma Nala sem sal/sem açucar, uma Sarabi nula, e por aí vai. Um misto de medo de ousar com respeito excessivo trouxe resultados desastrosos para o novo Rei Leão. Não querendo correr riscos, entocado, como um bicho acuado, acabou chamando o adversário prro seu território e aí,foi o que se viu...
O remake toma um pela falta de originalidade e inventividade; toma outro pela ausência de emoção; outro pela falta de expressão e e carisma dos personagens; e mais um pela excessiva seriedade e negação do "futebol moleque". O Rei 2019 ainda fez o de honra por conta da maravilha que é a parte técnica e visual mas o jogo fica nisso mesmo. 4x1 para "O Rei Leão" original, não deixando nenhuma dúvida de quem manda naquele território.

O antigo Rei Leão mostra quem ruge mais alto.

O Simba de 1994 dá uma surra no de 2019 e mostra quem ruge mais alto.
Rei só existe um.





Cly Reis

segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Homem de Ferro 2" de Jon Favreau (2010)








Sabadão... Depois de ir ao Atêrro do Flamengo pela manhã para ver as classificatórias do Air Race, emendei a tarde com uma sessão de cinema de “Homem de Ferro 2”. Estava mais com vontade de ver a sequência pelo fato do primeiro ter sido muito legal, de gostar de quadrinhos e do personagem, do que com esperanças que repetisse a qualidade do original. No início o filme parecia que iria desmentir minha expectativa e possivelmente ser até melhor que o anterior, mas aos poucos acabou-se confirmando ser apenas mais uma seqüência com muita ação, explosões, correria e tudo mais. A revelação da identidade de Tony Stark como Homem de Ferro em um noticiário de TV funcionando como um flashback ágil e inteligente; a dimensão da Iron-Mania visto na Expo-Stark; e toda a cena de Mônaco, com aéreas, câmeras on-board nos carros , inserções de imagens de telejornais e todo o ambiente, davam um ritmo alucinante e qualificado até ali. Somando-se à ótima a cena em que a câmera, na visão de Stark ,atravessa entre os fãs e imprensa, lembrando o clipe de "Smack My Bitch Up" do Prodigy; e aos afiadíssimos diálogos, principalmente as falas de Tony Stark, na sessão do congresso para “estatização” do Homem de Ferro, pareciam indicar que teríamos algo a mais nesta nova aventura. Engano! Aos poucos a coisa vai amornando; algumas coisas ficam sem explicações razoáveis; nosso vilão, Ivan Vanko (Mickey Rourke), tem motivos meio vãos e vagos e além do mais, no fim das contas, não mostra-se tão ameaçador assim. E o que temos então é SOMENTE um bom filme de ação sem grandes brilhos, novidades, tecnologias ou tramas.
Vale pelo super-herói, vale pela seqüência, pelos quadrinhos, pela roupa colante da Scarlet Johanson (à direita) e pelo ótimo Robert Downey Jr que, aliás, acho que nasceu para interpretar o homem da armadura vermelho e dourada. A propósito, Tony Stark é provavelmente o personagem mais filha-da-puta da história dos quadrinhos, não? Não vale nada! Provavelmente é por isso que simpatizo tanto com ele (hehehe)!


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Detalhe: assim como em “X-Men – Confronto Final” e “Wolverine”, tem uma cena extra depois dos créditos bastante curiosa, já encaminhando sobre uma próxima aventura da Marvel. Fiquem ligados!
É aguardar.


por Cly Reis