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sábado, 16 de fevereiro de 2019

Casa Roberto Marinho - Cosme Velho - Rio de Janeiro /RJ










A antiga residência do fundador do grupo Globo,
hoje espaço dedicado às artes.
Fui conhecer, dia desses, a Casa Roberto Marinho, espaço cultural criado na casa anteriormente ocupada pelo fundador do grupo Globo, situado no bairro do Cosme Velho, e que hoje dedica sua área, predominantemente à exposição do riquíssimo acervo pessoal do jornalista. Grande amante das artes, Marinho conseguiu reunir ao longo de sua vida um considerável e relevante número de obras, em especial da arte moderna brasileira da qual era grande admirador e sendo amigo de vários artistas como Portinari, Guignard, Pancetti, por vezes deles recebia obras de presente ou as adquiria diretamente dos pintores. E é basicamente essa coleção que temos o privilégio de conhecer em visita à suntuosa mansão de estilo neo-colonial com a qual já nos impressionamos na entrada do pátio frontal por seus belíssimos jardins são projetados por Burle Marx. Lá dentro o visitante se perde entre Segall, TarsilaPortinari, Volpi e outros nomes importantes do modernismo. Um deleite para o apreciador da arte brasileira! Além da exposição permanente, concentrada no andar térreo, a Casa ainda contava, na ocasião da minha visita com uma outra igualmente interessante focada especialmente na arte abstrata praticada no Brasil a partir dos anos '40 até a nossa década atual, com ênfase na abstração informal, ou seja, aquela na qual o artista parte muito mais de um processo intuitivo do que lógico ou matemático para a constituição de seus trabalhos. Artistas importantes como Antônio Bandeira, Burle Marx, Manabu Mabe, Tomie Ohtake e Iberê Camargo são alguns dos que integram o corpo da ótima exposição "Oito décadas de Abstração Informal - 1940/2010".
Estive lá e divido com vocês minha visita. Conheça abaixo você também, um pouquinho da Casa Roberto marinho, e das obras nela expostas.

Escultura de Bruno Giorgi, logo na entrada, no jardim.

Escultura do próprio Roberto Marinho.

Já no interior, o primeiro Portinari:
"Menino com pássaro" (1959)

Aqui, uma natureza-morta de Lasar Segall

O intenso "Espantalho" de Portinari

Paisagem com touro, de Tarsila do Amaral, de 1925

Santa Cecília, de Cândido Portinari.

A impactante via-crucis de Emeric Mercier.

Alfredo Volpi, com uma de suas representações mais características.
Na sala de vídeo, a imponente pintura de Clóvis Graciano.
A escultura de Frns Krajcberg se impõe
no patamar de acesso ao segundo piso;
No segundo andar, a exposição "Oito décadas de Abstração Informal"


O abstrato da portuguesa Vieira da Silva, de 1949

"Anjo Negro", de Manabu Mabe, 1960

Uma das muitas obras do cearense Antônio Bandeira, na mostra.
"Pintura nº2", da japonesa naturalizada brasileira Tomie Othake.

Mais um belíssimo trabalho de Antônio Bandeira.

Outro de Manabu Mabe, "Sonho", de 1959.

Conjunto de Tomie Othake.

A escultura "Insônia Infinita da Terra",
de Maria Martins (1954)

Mais um Bandeira.
Lindíssimo!

A "Balada do Terror", de Maria Bonomi.
de 1970

"Andamento III", do gaúcho Iberê Camargo

Pintura de Roberto Burle Marx.

Escultura de Angelo Venosa, de 1986

Conjunto de Luís Aquila.

A pesada e impressionante obra de Dudi Maia Rosa.

"Lamentação", de Nuno Ramos.

Outro de Manabu Mabe,
"Castelo do Mar"

"Ela. Três", de Maria Tereza Louro.

"Couros", de Leda Catunda, de 1993

No trecho final da exposição, as esculturas de Márcia Pastore (à frente)
e"Bolo", de Frida Baranek, ao fundo.




por Cly Reis


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Casa Roberto Marinho
Exposições em andamento:
"Modernos +" e "Oito décadas de Abstração Informal - 1940/2010
endereço: Rua Cosme Velho, 1105 
Bairro Cosme Velho - Rio de Janeiro - RJ
visitação: Terça-feira a domingo 12h às 18h
ingresso: R$ 10,00
gratuito para crianças até 5 anos, estudantes de escolas públicas, ensino fundamental e médio,
professores de escolas públicas, guias turísticos e profissionais de museus

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Exposição "Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP" - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro/RJ









A impressionante "A arlesiana" de Van Gogh.
Encerrou-se na última segunda-feira, dia 10 de abril, e eu corri para ver antes que não tivesse mais tempo, a exposição "Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP", que estava em cartaz no CCBB aqui do Rio. Não podia deixar passar uma oportunidade como essa de ver mais uma vez de perto obras de Van Gogh, Picasso, Malfatti, Renoir, Portinari, Goya e outros mestres, numa exposição rara como esta em que o MASP empresta parte de seu acervo  para exibição em outro estado.
Absolutamente impressionantes as obras dos mestres. É interessante mas para mim é sempre emocionante estar diante de trabalhos destes gênios, por mais que já tenha visto suas obras em outras oportunidades. A exposição traça um interessante percurso cronológico, com algumas exceções, dividida em cinco núcleos que apresentam a evolução não apenas técnica mas também conceitual dessa representação do homem enquanto arte, seja enquanto pintura, desenho, escultura ou fotografia. Em "Presenças", a primeira parte, o foco está na religiosidade e na espiritualidade; na segunda, "Retratos", a ênfase é a inserção do humano nos contextos que o rodeiam, dotando-o de características que identifiquem isso como postura, vestimenta, comportamento, etc.; "Corpos" abre mais as possibilidades da anterior fazendo com que figura humana, numa expressão mais intensa, manifeste intenções, anseios, desejos, inquietações; "Ações" tenta mostrar a atividade do homem em diversas situações e contextos como guerra, trabalho, lar, demonstrando, naquele momento, um interesse da arte pela relação do homem com seu espaço representando-o então de uma forma mais crítica; já "Simultaneidades", o espaço contemporâneo da exposição aponta para a multiplicidade de formas de expressão artística de representação do homem, com uma certa ênfase na fotografia e a captura de cenas cotidianas.
O trecho mais impressionante, a meu ver, foi a seção corpos, onde puderam ser admirados o incrível "Busto de Homem (O Atleta)" de Pablo Picasso, a impressionante "A arlesiana" de Vincent Van Gogh e esculturas de Degas relativas ao quadro "As Bailarinas"; já o núcleo "Simultaneidades", para mim, ficou devendo, para não dizer que, apresentado como foi, tornou-se quase desnecessário. Salvo a instalação que retratava Roberto Carlos como uma espécie de santo, de ídolo religioso, diria que a maior parte dos demais trabalhos eram bastante pouco expressivos, não somente em relação à proposta, mas principalmente em relação às quatro alas que a precederam.


Abaixo, algumas imagens da exposição.

Começando a exposição, no setor "Presenças",
o retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo, de Ticiano (1552)

Sant'Ana e a Virgem criança, escultura do século XVIII

São Sebastião por Pietro Peruggino
(século XVI)

Escultura de ídolo Yorubá de autor desconhecido

Desconhecido pintado por Anton Van Dyk
abrindo a parte de "Retratos"

"A educação faz tudo" de Fragonard

Detalhe do sensual "Angélica Acorrentada",
de Jean-Auguste Dominique Ingres

Toda a riqueza de expressão do Menino
de Arthur Timótheo da Costa

O belíssimo "A amazona", de Édouard Monet 

"Iracema", de Antonio Parreiras (1909)
no segmento "Corpos" da exposição

O elegante Leopold Zborovsi no retrato de Modigliani

O notável "Busto de Homem" de Picasso

"Banhista enxugando a perna direita"
de Pierre-Auguste Renoir, de 1910

Esculturas das bailarinas de Degas

A sugestão de uma criança brincando
no início da sala "Ações"

"A Taça da Dúvida" de Victor Brauner

O expressivíssimo São Francisco de Portinari, de 1941

Victor Brecheret e seu autorretrato esculpido

A chocante imagem da guerra de Lasar Segall

A  fotografia tem destaque no núcleo "Simultaneidades"

Carlos Andujar fotografou os Yanomamis

Série de desenhos de Albino Braz

"O Herói", de Anna Maria Maiolinno


A "Capoeira", retratada por Maria Auxiliadora da Silva




Cly Reis