|
A impressionante "A arlesiana" de Van Gogh. |
Encerrou-se na última segunda-feira, dia 10 de abril, e eu corri para ver antes que não tivesse mais tempo, a exposição
"Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP", que estava em cartaz no CCBB aqui do Rio. Não podia deixar passar uma oportunidade como essa de ver mais uma vez de perto obras de
Van Gogh,
Picasso, Malfatti, Renoir, Portinari, Goya e outros mestres, numa exposição rara como esta em que o MASP empresta parte de seu acervo para exibição em outro estado.
Absolutamente impressionantes as obras dos mestres. É interessante mas para mim é sempre emocionante estar diante de trabalhos destes gênios, por mais que já tenha visto suas obras em outras oportunidades. A exposição traça um interessante percurso cronológico, com algumas exceções, dividida em cinco núcleos que apresentam a evolução não apenas técnica mas também conceitual dessa representação do homem enquanto arte, seja enquanto pintura, desenho, escultura ou fotografia. Em "Presenças", a primeira parte, o foco está na religiosidade e na espiritualidade; na segunda, "Retratos", a ênfase é a inserção do humano nos contextos que o rodeiam, dotando-o de características que identifiquem isso como postura, vestimenta, comportamento, etc.; "Corpos" abre mais as possibilidades da anterior fazendo com que figura humana, numa expressão mais intensa, manifeste intenções, anseios, desejos, inquietações; "Ações" tenta mostrar a atividade do homem em diversas situações e contextos como guerra, trabalho, lar, demonstrando, naquele momento, um interesse da arte pela relação do homem com seu espaço representando-o então de uma forma mais crítica; já "Simultaneidades", o espaço contemporâneo da exposição aponta para a multiplicidade de formas de expressão artística de representação do homem, com uma certa ênfase na fotografia e a captura de cenas cotidianas.
O trecho mais impressionante, a meu ver, foi a seção corpos, onde puderam ser admirados o incrível "Busto de Homem (O Atleta)" de Pablo Picasso, a impressionante "A arlesiana" de Vincent Van Gogh e esculturas de Degas relativas ao quadro "As Bailarinas"; já o núcleo "Simultaneidades", para mim, ficou devendo, para não dizer que, apresentado como foi, tornou-se quase desnecessário. Salvo a instalação que retratava Roberto Carlos como uma espécie de santo, de ídolo religioso, diria que a maior parte dos demais trabalhos eram bastante pouco expressivos, não somente em relação à proposta, mas principalmente em relação às quatro alas que a precederam.
Abaixo, algumas imagens da exposição.
|
Começando a exposição, no setor "Presenças",
o retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo, de Ticiano (1552) |
|
Sant'Ana e a Virgem criança, escultura do século XVIII |
|
São Sebastião por Pietro Peruggino
(século XVI) |
|
Escultura de ídolo Yorubá de autor desconhecido |
|
Desconhecido pintado por Anton Van Dyk
abrindo a parte de "Retratos" |
|
"A educação faz tudo" de Fragonard |
|
Detalhe do sensual "Angélica Acorrentada",
de Jean-Auguste Dominique Ingres |
|
Toda a riqueza de expressão do Menino
de Arthur Timótheo da Costa |
|
O belíssimo "A amazona", de Édouard Monet |
|
"Iracema", de Antonio Parreiras (1909)
no segmento "Corpos" da exposição |
|
O elegante Leopold Zborovsi no retrato de Modigliani |
|
O notável "Busto de Homem" de Picasso |
|
"Banhista enxugando a perna direita"
de Pierre-Auguste Renoir, de 1910 |
|
Esculturas das bailarinas de Degas |
|
A sugestão de uma criança brincando
no início da sala "Ações" |
|
"A Taça da Dúvida" de Victor Brauner |
|
O expressivíssimo São Francisco de Portinari, de 1941 |
|
Victor Brecheret e seu autorretrato esculpido |
|
A chocante imagem da guerra de Lasar Segall |
|
A fotografia tem destaque no núcleo "Simultaneidades" |
|
Carlos Andujar fotografou os Yanomamis |
|
Série de desenhos de Albino Braz |
|
"O Herói", de Anna Maria Maiolinno |
|
A "Capoeira", retratada por Maria Auxiliadora da Silva |
Cly Reis