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terça-feira, 17 de julho de 2012

Muddy Waters - "Fathers and Sons" (1969)




“Meu ‘encanto’ funciona,
mas não com você”
“Got My Mojo Working”



Depois da fase experimental, uma retomada ao bom e velho blues característico e as pazes com os fãs, críticos, e consigo mesmo. Em “Fathers and Sons” de 1969, o grande Muddy Waters retornava ao seu estilo habitual proporcionando blues da melhor qualidade, dois discos após a psicodelia barulhenta de "Electric Mud", disco excelente, renegado no entanto pelo próprio artista.
Lançado originalmente como LP duplo, trazia 16 músicas no total sendo o disco 2 apenas com versões ao vivo.  O formato CD tem 4 faixas de estúdio a mais mas mantém as seis originais de show. Entre estas ao vivo temos a arrepiante “Long Distance Call” com sua guitarra estridente levando o público ao delírio; “Baby Please Don’t Go” que já havia sido consagrada na versão do Them, mas aqui não tão acelerada quanto na versão da banda de Van Morrison; e o clássico “Got My ‘Mojo’ Working”, tocada duas vezes, executada de modo vibrante com participação entusiástica da galera. No mais, a balada com a harmônica chorosa, “Mean Disposion”; o show particular de guitarra de Muddy em “Can’t Lose What You Ain’t Never Had”; a performance coletiva arrasadora de todo o time em “Stand Round Cryin’” e a incrível “Twenty Four Hours mostravam quem mandava no pedaço.
Era o velho McKinley Morganfield retornando com vivas ao seu bom e velho blues elétrico.
A capa genial com um  Deus negro criando o Homem, de certa forma é muito sugestiva quanto a este retorno de Muddy às suas raízes e parece conter uma espécie de recado, tipo, Deus criou o Homem. O Homem criou o blues. Muddy Waters  criou o Blues de Chicago.
Muddy fez “Fathers and Sons”...
Deus é pai, Deus é pai.
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FAIXAS:
  1. "All Aboard" – 2:52
  2. "Mean Disposition" – 5:42
  3. "Blow Wind Blow" – 3:38
  4. "Can't Lose What You Ain't Never Had" – 3:06
  5. "Walkin' Thru The Park" – 3:21
  6. "Forty Days And Forty Nights" (Roth) – 3:08
  7. "Standin' Round Cryin'" – 4:05
  8. "I'm Ready" (Dixon) – 3:39
  9. "Twenty Four Hours" (Boyd) – 4:48
  10. "Sugar Sweet" – 2:18
  11. "Long Distance Call" – 6:37
  12. "Baby, Please Don't Go" (Williams) – 3:03
  13. "Honey Bee" – 3:56
  14. "The Same Thing" (Dixon) – 5:59
  15. "Got My Mojo Working, Part 1" (Foster, Morganfield) – 3:22
  16. "Got My Mojo Working, Part 2" (Foster, Morganfield) – 2:54
faixas extras da versão CD:
"Country Boy" – 3:20
"I Love the Life I Live (I Live the Life I Love)" (Dixon) – 2:45
"Oh Yeah" (Dixon) – 3:38
"I Feel So Good" (Big Bill Broonzy) – 3:00

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Ouça:

sábado, 29 de outubro de 2011

Muddy Waters - "Electric Mud" (1968)



"Foi o maior registro de Muddy que tivemos na Chess"
Marshall Chess, produtor

"Aquele 'Electric Mud' foi uma bosta de cachorro."
Muddy Waters

Tem gente que não curte por não ser blues tradicional. Há pouco tempo atrás eu soube inclusive que o próprio Muddy renegou este disco. Mas e daí? É difícil defender uma obra cujo próprio criador repudia mas, eu, particularmente, à parte das questões que envolveram sua concepção e pseudo-purismos musicais, considero este um baita de um disco. "Electric Mud" de 1968 aproximava ainda mais o velho e bom blues do psicodelismo corrente naquele final de anos 60 nos quais Jimi Hendrix, por exemplo, já começava a ensaiar esta tendência. Com guitarras mais pesadas, efeitos e levadas mais viajantes, o velho Muddy mostrava vocais simplesmente alucinados e solos enlouquecidos. Ele que já havia sido um dos grandes responsáveis pelo conceito de blues band, que desenvolvera um jeito todo particular de tocar guitarra, ele que fora um dos blueseiros que mais aproximara sua linguagem com a do rock, agora dava peso e experimentalismo ao blues como nenhum bluesman da escola tradicional havia ousado fazer até então. O resultado disso são oito pérolas do rock-blues com a qualidade e a marca registrada da guitarra do Chefe de Chicago.
"I Just Want to Make Love to You" que abre o disco já nos apresenta a surpresa; tem uma batida que se aproxima do funk, uma levada de baixo puxando pro soul, guitarras altas e uma interpretação absolutamente notável de Waters. "I'm Your Hoochie Coochie Man" que a segue, talvez seja, junto com "The Same Thing", as mais conservadoras do álbum, ainda que não possa-se chamar exatamente de puras; "She's Alright" é doideira total num blues pesado com vocais alucinados e guitarras destruidoras solando o tempo todo; "", outra das melhores é "Manish Boy", um bluesão swingado com referências a "I'm a Man" do colega Bo Diddley, à "I'm Your Hoochie Coochie Man" de Willie Dixon e à sua própria antiga canção, "Rolling Stone"; e no mais, cara... tudo é demais nesse disco!
Mas o grande barato mesmo, para mim, é a versão de "Let's Spend the Night Together" dos Rolling Stones. Inspiradíssima, ácida, empolgante, emocionante, envolvente, uma daquelas versões que faz a gente questionar se a cover não seria até melhor que a original. Será?
Diz-se que a ideia do disco neste conceito mais rock, mais doidão, mais eclético teria sido do filho do dono da gravadora, Marshall Chess, que achava que a cerreira do cantor não estava indo muto bem e aproveitou a onda psicodélica para 'sugerir' que Muddy fizesse um disco nessa linha. Ao que consta, foi tudo meio forçado, meio goela abaixo e Muddy não gostou muito disso nem do resultado final. Ao que parece fãs do blues mais tradicional e da obra do cantor também torceram o nariz e o disco foi um fracasso no Estados Unidos. Pra mim, independente do conceito, da ideia, da aprovação ou não do próprio autor da obra, o resultado final é uma das melhores coisas originadas da fusão direta do blues e do rock, que, afinal de contas, além de serem como pai e filho, desde que o rock se originou dele, sempre andaram de mãos dadas mesmo.
O fato é que se McKinley Morganfield, vulgo Muddy Waters, fez este disco contrariado e não gostou do que fez, deu muita sorte em fazê-lo e, sobretudo, nós demos muita sorte de que ele o tenha feito e tenha saído desse jeito. Produziu, talvez, por acaso, uma obra-prima.

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FAIXAS:
01 – I Just Wan To Make Love To You
02 – Hoochie Coochie Man
03 – Let’s Spend The Night Together
04 – She’s Alright
05 – Mannish Boy
06 – Herbert Harper’s Free Press News
07 – Tom Cat
08 – The Same Thing

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Ouça:
Muddy Waters Electric Mud




Cly Reis

terça-feira, 21 de julho de 2009

Coluna dEle #10


Hoje no ClyBlog é dia da coluna de... do... vocês sabem de quem.
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"Cheguei! Estou no paraíso", como diria o Compadre Washington. E Eu estou literalmente (hehehe).
E aí, tudo na boa?
Feliz Dia do Amigo atrasado pra toda a galera aí embaixo. Atrasado, mas sincero. Apesar de muita gente ficar achando que Eu não ligo pra vocês, "que tipo de Pai é esse que abandona seus filhos numa hora dessas?" e outras choradeiras, eu queria dizer que tenho todos vocês no meu coração e que não dá pra ficar interferindo em tudo a toda hora e não é por não ficar salvando o pescoço de vocês a todo momento que Eu deixo de ser parceiro.
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Vi a alguns dias neste blog uma tal de uma lista dos 100 melhores discos de todos os tempos escolhidos pelo blogueiro.
Esse cara deve estar de pilha! Deve estar de sacanagem comigo.
Jesus and Mary Chain como melhor? O negócio parece uma furadeira elétrica enguiçada e o cara Me põe esta... esta... coisa, pra não dizer algo pior, no topo da lista. Ah, larguei! Sem falar que os caras ainda põe no meio da história o nome do meu guri e da minha patrôa.
Não posso deixar de concordar com os Stones, com o Nirvana, com os Led, mas com todo o respeito, colocar o veadinho do Prince entre os 10, não dá pra agüentar.
Bom, vou parar de meter o pau na lista dos outros e apresentar a minha.
Com vocês...


OS 10 MELHORES dELE

1. The Beatles "White Album"
(Cara, Eu tenho o "Álbum Branco" original da época. Bolachão pesado, sabe? Puts! Os Beatles foram os caras que eu botei no mundo pra fazer o que Eu faria se tivesse uma banda de rock)











2. Rolling Stones "Beggars Banquet"
(Que é o disco que tem a fantástica "Sympathy for the Devil")

3. Pink Floyd "The Darkside of the Mooon"
(Essa eu tenho que concordar com o blogueiro. Mas também, desse acho que não tem cristão que não goste)
4. Michael Jackson "Thriller"
(Todo mundo tem esse disco, vocês acham que Eu não teria?)
5. Madonna "Like a Prayer"
(Não só por ter o nome da Minha Senhora, mas o disco é bom pacas. O título também ajuda pra Eu gostar. Tem toda aquela coisa de cruzes, clipe com igreja, santo preto e tal. A loira é foda)
6. Jimmy Hendrix "Electric Ladyland"
(Deus da guitarra. Nem eu conseguiria fazer as coisas que o cara fazia nas seis cordas)

7. Muddy Waters "Fathers and Sons"
(Nesse eu apareço na capa NEGÃO e criando o homem. Hehehe! Bárbaro! Mas não só pela capa, o disco é demais mesmo!)



8. Stan Getz e João Gilberto "Getz/Gilberto"
(Esse é pra baixar a rotação. A interpretação do João é de levar às nuvens. E o que são aqueles solos do Getz, hein? Simplesmente divinos!)
9. Cream "Fresh Cream"
(Olha, diziam na época que Eric Clapton era Deus. Eu sei que ele não é por que Eu sou, mas que o disco é bom pra caralho, é)
10. Cocteau Twins "Heaven or Las Vegas"
(Eu só dei pra uma mortal uma voz que representasse a Minha celestialidade na Terra e esta mortal é a Liz Fraser. "A voz de Deus")

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Até a próxima, galera!
Isso se a minha coluna for mantida depois das minhas divergências musicais com o dono do blog.
Abraços.
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Palpites, reclamações, pitacos, opiniões e discordâncias sobre a lista,
e-mails para god@voxdei.gov