Um ator, Wilson Clowes, em busca de uma oportunidades, em Los Angeles, faz uma audição para um papel, mas não sabe que, na verdade, a seleção é para promover um novo brinquedo para o Natal usando uma roupa do personagem. O Pooka é um boneco eletrônico que, de certa forma, muda de humor, repetindo algumas frases, que, conforme a cor que acende em seus olhos, azul ou vermelho, podem ser gentilezas ou malcriações...
O emprego não era bem o que ele imaginava mas, como pagava bem e o dono do negócio garantia o anonimato, ele acaba topando. As coisas até que vão bem, Wilson tem um trabalho, vai organizando sua nova vida num novo apartamento, conhece uma mulher por quem se interessa, passa a sair com ela, conquista a confiança do filho dela, mas simultaneamente a tudo isso, as coisas começam a ficar estranhas. A roupa parece ter influência nas ações dele que passa a não lembrar de coisas que fizera e nem ao menos se realmente as fez e, "absurdamente", passa a suspeitar que o Pooka, o personagem, o boneco, a roupa, esteja por trás de atos violentos. Assim, sem certeza da realidade, desconfiado de tudo, duvidando de si mesmo e com medo, gradualmente, as coisas vão saindo de seu controle.
"Pooka", inicialmente, parece apenas mais um filme de terror de época de Natal mas aos poucos mostra-se um pouco mais interessante que os demais da sua categoria. Aos poucos vai crescendo, vai ganhando o interesse do espectador e vai revelando uma situação totalmente diferente do que parecia ser.
Além do suspense, das situações tensas e angustiantes, de um certo mistério e das surpresas, "Pooka" lida com temas interessantes como desemprego, frustrações, relações abusivas, violência doméstica, gerando, ao seu final, uma situação de incerteza e inquietude no espectador. Filme daqueles que a gente não dá nada por ele mas surpreende e ainda te deixa com aquela cara de, "Puxa, era isso mesmo?".
Clowes e o Pooka se confundem e, em determinado momento,
o ator desempregado já não tem mais certeza de seus póprios atos.
Cly Reis