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quinta-feira, 18 de junho de 2020

"O Juiz", de Danny Cannon (1995) vs. "Dredd", de Pete Travis (2012)




Ambos os filmes são adaptações da HQ inglesa Judge Dredd, criada em 1976 por John Wagner e Carlos Ezquerra. A historia se passa 120 anos à frente (mais ou menos) e Dredd é um vigilante da lei que trabalha como juiz. Contudo, nessa realidade ultraviolenta, o juiz acumula os cargos de polícia, juiz, júri e executor (quando necessário). Ele trabalha ao lado de vários outros juízes, que mantêm a ordem na megalópole Mega City One. Ambos os filmes têm seus pontos positivos e negativos, portanto, chega de perder tempo e vamos a partida! É jogo de Libertadores! Vai ser briga feia, partida amarrada e a marcação vai ser dura, às vezes até desleal.
O gramando é cheio de buracos, a chuva que cai deixa muita lama, o juiz olha com cara feia os dois capitães, pede um jogo limpo, fala que ele é quem manda e grita bem alto: “EU SOU LEI”.
A bola rola e o clima tenso nas arquibancadas, com bombas, sinalizadores, passa para o campo. O início de jogo é muito “pegado”, falta técnica e sobra força. Muitas faltas, mas o juiz está em cima. "O Juiz" (1995), tem um elenco mais cheio, demonstra mais recursos e técnica, principalmente em design e visual. O time ganha  o campo do adversário, "Dredd" (2012) e mesmo com toda a técnica disponível, o diferencial do time é o craque, o atacante rompedor Sylvester Stallone no papel do personagem principal, que vem na base da força e faz 1 x 0 para Dredd '95. Mas Stallone ao comemorar tira o capacete e isso é falta grave em se tratando desse personagem, que nos quadrinhos nunca tira o acessório. Cartão amarelo para ele.
Analisando os elencos, o time de '95 tem mais nome, é mais encorpado, conta com o veternao Max Von Sydow pra dar experiência ali no meio, e Diane Lane e Rob Schneider, para fazer a bola correr, mas parece que falta entrosamento, principalmente da parte de Rob, que parece não acompanhar o ritmo do jogo. Já a equipe de 2012 depende muito da dupla de meio campo, o volante brucutu que sabe chegar na frente, Karl Urban, o Dredd da versão mais nova, e a meia-armadora que parece  ler a mente dos adversários, Olivia Thirlby, como Juíza Anderson.

"O Juiz" (1995) - trailer




"Dredd" (2012) - trailer


Não demora muito para vir a resposta do time de 2012. Urban vem lá de trás com a velocidade de uma moto, ajeita sua mira para disparar de longe e marca um golaço, mostrando todo seu talento em cenas de ação. Uma equipe em sincronia e temos o empate no placar: 1 X 1.
Fim da primeira etapa! Jogo brigado, juiz tendo que conduzir com pulso firme.
Segundo tempo começa do mesmo jeito, com muitas divididas e numa uma dessas, Rob Schneider é expulso. Só dava bola e entradas fora de tempo e já estava atrapalhando sua equipe. Dredd 95 do meio para o fim começa a perder força. Só jogadas repetitivas, frases de efeito, Stallone não consegue mais segurar a bola no ataque. Com isso, Dredd 2012 ganha força, parece gostar do jogo pegado, até mesmo sujo. Karl Urban, em lance sensacional passa por três, de maneira linda, com técnica e força (sério! a sequência em que ele enfrenta três juízes é fabulosa!), e marca virando o jogo. 2x1 para Dredd 2012.
Indo para o final desta briga de cachorro grande, Dredd '95 está muito cansado, sem forças, enquanto  Dredd '12 só vem crescendo. Ambas as equipes fazem suas últimas cartadas, sangue novo: os vilões. O time de 95, coloca Armand Assante (Rico)... Fraco demais. Não aguenta as pancadas do jogo. Ainda tenta tabela com Stallone, mas erra e faz é gol contra. Ele não deveria ter entrado... 3 x 1 para Dredd 2012. A equipe de 2012  vai de Lena Headey, que já tem até nome de craque, Madeline "Ma-Ma" Madrigal. Ela é um ótimo apoio e de cara já dá uma assistência para gol, com um cruzamento que parece deixar a zaga adversaria em câmera lenta, mas desta vez quem marca é Olivia Thirlby, pois seu personagem ganha força no final. Nada mais justo. Anderson estava merecendo esse gol. 4x1 para Dredd 2012.
 Os dois longas conseguem ter seus momentos. A primeira adaptação tem um visual muito bom, com um desconto para os efeitos da época, ok! Sua primeira meia hora funciona, Stallone convence mas seu ato final é horrível. Muita frase de efeito, clichês, e um humor desnecessário. A segunda versão é mais simples, tem menos luxo, o longa se passa basicamente em um cenário, só que essa “simplicidade” ajuda muito. Fetebolzinho arroz com feijão mas que funciona.
Urban vive bem o personagem e o melhor, não tira o capacete. Um time..., digo, um filme bem resolvido que se sustenta bem, não exige muito do espectador e no final entrega algo bem satisfatório.

Dredd '12: "Pelas atribuições de juiz concedidas a mim, eu o sentencio à... derrota."
Juiz '95: "Eu sabia que você ia dizer isso!"

Jogo pegado, tem sangue, briga nas arquibancadas, confusão no gramado, expulsão, típico jogo de Libertadores.
Jogo que valia tudo, menos xingar a mãe do JUIZ.





por Vagner Rodrigues

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Quadrinhos no Cinema #8 - "Dredd", de Pete Travis (2012)



Direto, discreto e extremamente competente, esses são os adjetivos para este filme, que podem também serem utilizados para descrever o protagonista. O juiz Dredd (Karl Urban), o mais temível dos Juízes que fazem a segurança da cidade de Mega City One. Detalhe: esses policiais devem agir como juiz, júri e carrasco. Dredd recebe uma missão: fazer um teste com uma juíza novata, a poderosa médium sensitiva Cassandra Anderson (Olivia Thirlby). Os dois vão até Peach Tree uma espécie de favela dentro de um prédio de 200 andares onde acabam presos e de onde só poderão sair se vencerem a traficante e chefe de do lugar, conhecida por seu modo cruel de matar suas vitimas, “Ma-Ma”(Lena Headey). E é lá, dentro desse prédio, que o longa, em quase sua totalidade, se passa nessa luta de Dredd e Anderson pela sobrevivência.
Lena Headley, como Ma-Ma.
Odeio julgar pela aparência, mas com um visual desse
não tinha como ser boa coisa.
"Dredd" é um filme de baixo orçamento, se comparar a outras adaptações de quadrinhos, mas com a criatividade do diretor consegue ter boas soluções técnicas, e neste aspecto o filme se sai bem. Algumas decisões do diretor podem ser vistas como erros ou algo negativo, dependendo do gosto do espectador. A primeira é o a escuridão do filme, tudo acontece dentro das sombras, as roupas são escuras, temos apenas luzes artificiais no prédio, quase não vemos a luz do dia. Eu, pessoalmente não fiquei afetado e gostei desta escolha. Consegue dar um ar diferente da adaptação de 1995 estrelada por Silvester Stallone que é bem divertida mas não é Dredd de verdade.
Outra escolha do diretor que me parece acertada foi utilizar um "bullet time" para mostrar o efeito da droga Slo-Mo. Apesar de ser uma técnica já bastante utilizando nos filmes de hoje, mas a maioria das vezes sem proposito para a filme, colocam só por que é legal, aqui esse efeito de câmera lenta realmente faz sentido e misturado com as cores do filmes causa um efeito de "viagem" muito bacana.
Fora os efeitos especiais, o maior destaque foi a atuação de Karl Urban como Dredd. Parece que ator estudou bastante, leu as HQs, por que consegue representar fielmente o personagem. E um detalhe importantíssimo: Dredd não tira o capacete durante todo o filme (palmas!) e mesmo assim Karl Urban consegue dar um show abusando dos trejeitos da boca. Lena Headey apesar de pouco tempo de tela também me agradou. Conseguia ver a loucura e maldade nos seus olhos.
Dredd é um longa bem honesto, vem com uma proposta simples e consegue cumprir seu objetivo. É um bom filme de ação policial, nada além disso. Podemos até ver uma critica social, mas isso é mais explorado na HQ, aqui o foco é na ação.
Cassandra Anderson e Dredd é muito tiro, porrada e bomba.