Curta no Facebook

Mostrando postagens com marcador The Kinks. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador The Kinks. Mostrar todas as postagens

domingo, 26 de agosto de 2018

SUPER-ÁLBUNS FUNDAMENTAIS DE ANIVERSÁRIO DO CLYBLOG - 5 discos fundamentais de Lucio Brancato






"Mudei o pedido do Daniel Rodrigues
para escrever sobre um disco importante na minha vida.
Foram tantos que ficaria muito difícil selecionar apenas um.
E mesmo assim, esta lista nunca é definitiva.
Resolvi listar cinco fundamentais na minha formação
e talvez os discos que mais escutei na vida."
Lucio Brancato


Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (1970)

Um disco que reuniu um time espetacular não tinha como dar errado. Depois do estrondo causado pelo primeiro disco do trio David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash lançado em 1969, o segundo disco trouxe ainda de Neil Young. Como não delirar com a junção destas vozes? "Déjà Vu" é um álbum sutil e denso ao mesmo tempo. Reinam guitarras e violões num diálogo sincronizado. Daqueles discos que servem para os mais diferentes momentos da vida. Um navegador mais atento pode tranquilamente se jogar depois nos mares musicais de cada integrante num mergulho infinito na discografia de cada um. E eles ajudam bastante. Tanto nas junções de duplas como nos discos solos. Talvez um dos discos capazes de ramificar ainda mais as nossas discotecas.

FAIXAS1. Carry On; 2. Teach Your Children; 3. Almost Cut My Hair; 4. Helpless; 5. Woodstock; 6. Déjà Vu; 7. Our House (Nash); 8. 4 + 20; 9. Country Girl; 10. Everybody I Love You




Yes - Close to The Edge (1971)

Esta aí um dos discos que mais escutei na vida. Fica até difícil escrever sobre o impacto dele na minha cabeça. Como um disco com apenas três canções pode ser tão grandioso? Ok, dentro de cada faixa a música se divide em diferentes peças. Um quebra-cabeças de pura habilidade técnica e e inteligência musical. Cada um dos músicos extremamente apurados, mas sem deixar que malabarismos afetem o sentimento de cada nota. Para mim (e muitos outros) é a obra-prima máxima do Rock Progressivo. Difícil qualquer disco do gênero bater a perfeição desta obra. A diversidade de instrumentos de cordas tocados pelo Steve Howe junto com a coleção de teclados do Rick Wakeman dão o tom costurado perfeitamente com o maior baixista de todos os tempos, Chris Squire e seu toque espetacular nas quatro cordas do Rickenbacker.

FAIXAS: 1. Close to the Edge - (The Solid Time of Change), (Total Mass Retain), (I Get Up I Get Down), (Seasons of Man); 2. And You and I - (Cord of Life), (Eclipse), (The Preacher the Teacher), (Apocalypse) ; 3. Siberian Khatru 




Dillard & Clark - The Fantastic Expedition of Dillard & Clark (1968)

É conhecido como a “pedra fundamental” do que veio a ser o country-rock. Quando escutei um novo portal se abriu na minha mente. Me levou para o campo e seu aromas. Gene Clark e Doug Dillard foram buscar na raiz da música norte americana a calmaria necessária depois de tanta loucura musical e experimentalismos do ano anterior onde todo mundo mergulhou na psicodelia. Cantaram a pedra antes de todo mundo e dali pra frente a maioria das grandes bandas fizeram a mesma trajetória buscando uma simplicidade musical. Gosto de chamar de “Capim Loucura”. É o rock buscando novas energias nas suas origens mais remotas ainda com pílulas líricas da lisergia batendo como um flashback.

FAIXAS: 1. Out on the Side"; 2. She Darked the Sun; 3. Don't Come Rollin'; 4. "Train Leaves Here This Morning"; 5. With Care from Someone; 6. The Radio Song"; 7. Git It on Brother"; 8. In the Plan; 9. Something's Wrong




Faces - Oh La La (1973)

Este gastei o CD que hoje repousa na prateleira como um fiel escudeiro da discoteca depois de ter rodado tanto nos aparelhos e me acompanhado nos mais diversos lugares. Hoje a versão em LP é a que roda em casa e de lá não sai. Era aquele disco obrigatório para pegar a estrada para qualquer lugar. Se ia para casa de alguém ouvir um som, levava ele sempre junto. Infalível para qualquer fã de rock. Um disco que tem de tudo. Do rock mais pegado a baladas de ir no cantinho ficar escutando com atenção. Um disco de rock que se preze tem que ter estes dois ingredientes na receita. E se você não for impactado pelos vocais do Rod Stewart bom sujeito não é. 

FAIXAS: 1. Silicone Grown; Cindy Incidentally; 3. Flags And Banners; 4. My Fault; 5. Borstal Boys; 6. Fly In The Onitment; 7. If I'm On The Late Side; 8. Glad And Sorry; 9. Just Another Honky; 10. Ooh La La




The Kinks - Face to Face (1966)

Em meio a tanta mudança que acontecia na música em 1966, este disco merece atenção. Merecia muito mais inclusive. Tenho uma teoria de que a genialidade do Ray Davies como compositor nunca recebeu os devidos méritos. Talvez um dos motivos seja a sua sagaz ironia nas letras. Sua crítica cheia de veneno nas letras. Sua maneira única de tocar o dedo na ferida do povo britânico satirizando todo o establishment. E não fica somente nas letras a qualidade. Musicalmente ja estava a frente do seu tempo. Foi o momento onde se deixava de lado uma simplicidade na musica pop da época e buscavam novas formas de contar uma nova história. Muito se fala de discos do mesmo ano como "Pet Sounds" e "Revolver". Esquecem que esta turma liderada pelos irmãos Davies corria por fora trazendo um humor único e muito sábio.

FAIXAS: 1. Party Line; 2. Rose Won't You Please Come Home; 3. Dandy; 4. Too Much On My Mind; 5. Session Man; 6. Rainy Day In June; 7. A House In The Country; 8. Holiday In Waikiki; 9. Most Exclusive Residence For Sale; 10. Fancy; 11. Little Miss Queen Of Darkness; 12. You're Lookin' Fine; 13. Sunny Afternoon; 14. I'll Remember



Como já escrevi, esta lista não é definitiva. Ela é mutante. Porém, em algum momento, pelo menos um deles sempre estará em qualquer Top Five que eu venha a elencar. Ah, cadê os Beatles e os Stones na lista? Jamais entrarão. Estes dois já alçaram o status de Entidades. Acima de qualquer coisa.



****


Lucio Brancato: Com mais de 15 anos de mercado, é jornalista, colunista musical e colecionador de discos. Já passou por emissoras como RBS TV, TV Com, Octo, FM Cultura e Canal Brasil, exercendo funções de apresentador, produção, edição, repórter e colunista de música e cultura. Fez também a coordenação de coberturas de grandes shows como os de Paul McCartney e Rolling Stones. É codiretor do documentário "Rock Grande do Sul: 30 anos" (2015) e colabora com o Ama Jazz.








quinta-feira, 29 de novembro de 2012

The Kinks - "Lola Versus Powerman and The Moneygoround, Part One" (1970)


 “Eu quero tirar um som
de guitarra muito bom nesse disco.”
Ray Davies

Sabe aquela frase que diz que nunca se deve julgar um livro pela capa? Ela se aplica bem a este disco do Kinks, “Lola versus Powerman and the Moneygoround, Part 1”. Uma capa feia, tosca, uma espécie de gráfico, mandala, símbolo, uma série de octagramas inscritos em cincunferências, com uma face ao centro formada por pedaços de rostos diferentes... (???) Uma das piores capas que conheço.
Quem só vê uma capa assim não daria nada por um disco desses. É... Só que estaria cometendo um gravíssimo erro. O disco é espetacular! Mais uma das grandes obras de Ray Davies e sua turma num álbum conceitual que percorre os caminhos da indústria da música de maneira crítica e debochada.  Apesar de ser uma ‘PARTE UM’, a sequência nunca foi lançada, ao menos oficialmente, embora haja diversas hipóteses para o que seria sua segunda parte, em que outros álbuns, estariam espalhadas canções que o complementariam, ou mesmo se teriam sido gravadas. Mas não é necessário haver uma ‘parte dois’: “Lola vs Powerman and the Moneygoround, Part 1” se resolve suficientemente bem em si mesmo
As canções, desta vez ganham uma característica um pouco mais acústica e bebem um pouco mais do folk, como na excelente e irônica “Apeman” e no clássico “Lola”, mas não esquecem das guitarradas e do barulho em músicas como “Rats” e na fantástica “Powerman”.
Embora os destaques sejam muitos e quase todas as faixas sejam excepcionais, a grande estrela do disco é "Lola”, um épico com guitarras de cordas de aço que crim uma atmosfera estridente e forte, num clima crescente para uma interpretação inspiradíssima de Davies. Lembro que a ouvia sempre nas madrugadas da Rádio Ipanema de Porto Alegre e, como muitas vezes na programação noturna a programação ficava no piloto automático, nunca conseguia saber o que era aquilo, o que era aquela música fantástica. Tempos depois é que fui descobrir que aquilo era Kinks. Sim, aquilo era Kinks!

******************************************************

FAIXAS:
  1. "The Contenders" – 2:42
  2. "Strangers" (Dave Davies) – 3:20
  3. "Denmark Street" – 2:02
  4. "Get Back in Line" – 3:04
  5. "Lola" – 4:01
  6. "Top of the Pops" – 3:40
  7. "The Moneygoround" – 1:47
  8. "This Time Tomorrow" – 3:22
  9. "A Long Way From Home" – 2:27
  10. “Rats" (Dave Davies) – 2:40
  11. "Apeman" – 3:52
  12. "Powerman" – 4:18
  13. "Got to Be Free" – 3:01

******************************************************
Ouça:

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

The Kinks - Kinks (1964)


"Podem estar certos que
 os Kinks não lançarão nada
a menos que gostem."
Brian Sommerville,
do texto da contracapa do disco de 1964.



Outro daqueles casos dos que não vieram com a mudança.
Meu irmão tinha o "Kinks" (1964) em cassete em Porto Alegre, aí quando vim pro Rio, eu trouxe o que podia mas sem desfalcar muito a discoteca dele. Chegando aqui tive que refazer boa parte da minha coleção e foi uma longa recontrução. Mas como eram muitas coisas que tinha deixado tive que eleger prioridades e nessas o Kinks acabou ficando pra trás. Me contentava em ter "You Really Got Me" no MP3 e era isso... Cara! Onde é que eu tava com a cabeça?
Acabei de readquirí-lo e sua nova audição, depois de alguns anos sem ele, só me fizeram admirá-lo mais ainda. Álbum genial e extremamente influente pro rock contemporâneo.
Além do já mencionado clássico, pesado e sujo, "You Realy Got Me" que dava nome à edição americana do álbum, também são incríveis as versões pra Chuck Berry, "Beautifull Delilah" e "Too Much Monkey Business"; a cover enloquecida de Bo Diddley, "Cadillac"; o gospel cáustico de "Bald Headed Woman"; o blues selvagem "Got Love if You Want It" com aquela bateria alta e uma condução notável da harmônica de Davies; e a ótima "I'm a Lover not a Fighter", a minha predileta depois de "You Really Got Me".
Como foi que eu pude ficar tanto tempo sem esse disco?
******************************
FAIXAS:
1."Beautiful Delilah" – 2:06
2."So Mystifying" – 2:55
3."Just Can't Go to Sleep" – 1:57
4."Long Tall Shorty" – 2:51
5."I Took My Baby Home" – 1:47
6."I'm a Lover Not a Fighter" – 2:05
7."You Really Got Me" – 2:14
8."Cadillac" – 2:44
9."Bald Headed Woman" – 2:42
10."Revenge" – 1:30
11."Too Much Monkey Business" – 2:15
12."I've Been Driving On Bald Mountain" – 2:07
13."Stop Your Sobbing" – 2:05
14."Got Love If You Want It" – 3:45

***************************
Ouça:
The Kinks 1964


vídeo The Kinks - "You Really Got Me"



Cly Reis