A diretora Chloé Zaho, de "Nomadland", o grande vencedor da noite. |
Numérica e quantitativamente, não tivemos, novamente, nenhum grande vencedor, como acontecia em outros tempos quando uma só produção fazia uma limpa nos prêmios, arrebatando sete ou oito estatuetas, mas não há como negar que um filme que leva as categorias de filme, direção e protagonista é, sem dúvida o grande vencedor. Foi o caso de "Nomadland", que já vinha sendo multipremiado em outras competições e festivais e que só confirmou seu favoritismo, marcando também a segunda vitória de uma mulher Chloé Zaho, na categoria de direção. Outras mulheres também fizeram história como foi o caso de Emerald Fennel, a jovem diretora que em sua estreia ganhou o prêmio de melhor roteiro original, Youn Yuh-jung, a primeira sul-coreana a vencer o prêmio de atriz coadjuvante, e Mia Neal e Jamika Wilson , as primeiras negras a vencerem o prêmio de maquiagem e cabelo. Por falar em representatividade negra, além diversas indicações, representantes negros foram premiados em diversas categorias, nas mais variadas modalidades como na, já mencionada, maquiagem, na música, como no caso do parceiro de Trent Raznor e Atticus Ross, na trilha de "Soul", Jon Baptiste, e pela canção de "Judas e o Messias Negro" interpretada pela cantora H.E.R.; no curta "Two Distant Strangers", produzido por negros, e que aborda a morte de afro-americanos pela força policial; e especialmente, na categoria de melhor ator coadjuvante, com o prêmio para Daniel Kaluuya, interpretando o líder dos Panteras Negras, Fred Hampton.
Ainda falando em representatividade, é marcante também a participação de "O Som do Silêncio", que se só por sua mera proposta já era extremamente significativo ao abordar a temática dos deficientes auditivos, tornou-se ainda mais importante ao vencer duas categorias, a de produção de som, na qual era esperado e justíssimo, e montagem, na qual acabou sendo, de certa forma, uma agradável surpresa.
Por falar em surpresa, para muitos a grande surpresa da noite ficou com o prêmio para melhor ator, vencida pelo veterano Anthony Hopkins, pelo filme "Meu Pai", numa categoria que muitos apontavam o falecido ator Chadwick Boseman como favorito a um prêmio póstuma por sua atuação em "A Voz Suprema do Blues".
No mais os prêmios ficaram bem divididos e, acredito que, de um modo geral, com bastante justiça, premiando exatamente as melhores virtudes de cada um dos concorrentes. Dois para "Mank", , dois para "Judas e o Messias Negro", dois para "Meu Pai", dois para "Soul", dois para "O Som do Silêncio", três para "A Voz Suprema do Blues" e todos saíram felizes. Até a Glenn Close que, mesmo não levando a estatueta, em sua oitava indicação, roubou a cena da cerimônia, rebolando no desafio musical do DJ da festa. Impagável!
Confira abaixo todos os vencedores em todas as categorias:
Melhor Filme
- Nomadland
Melhor Direção
- Chloé Zhao – Nomadland
Melhor Ator
- Anthony Hopkins – Meu Pai
Melhor Atriz
- Frances McDormand – Nomadland
Melhor Ator Coadjuvante
- Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro
Melhor Atriz Coadjuvante
- Yuh-jung Youn – Minari
Melhor Roteiro Original
- Bela Vingança
Melhor Roteiro Adaptado
- Meu Pai
Melhor Fotografia
- Mank
Melhor Figurino
- A Voz Suprema do Blues
Melhor Trilha Sonora Original
- Soul
Melhor Canção Original
- “Fight For You” – Judas e o Messias Negro
Melhor Design de Produção
- Mank
Melhor Edição
- O Som do Silêncio
Melhores Efeitos Visuais
- Tenet
Melhor Cabelo e Maquiagem
- A Voz Suprema do Blues
Melhor Produção de Som
- O Som do Silêncio
Melhor Documentário
- My Octopus Teacher
Melhor Filme Estrangeiro
- Another Round (Dinamarca)
Melhor Filme de Animação
- Soul
Melhor Documentário em Curta-metragem
- Colette
Melhor Curta-metragem de Animação
- Se Algo Acontecer… Te Amo
Melhor Filme em Curta-Metragem
- Two Distant Strangers