Ziraldo, cartunista que nos deixou no último sábado, um dos maiores nomes da arte, jornalismo, letras da história deste país, de uma forma ou de outra, esteve presente em nossas vidas em algum momento. Para mim, embora sempre tivesse a admiração pelo traço e pelos personagens do artista que apareciam não somente em suas obras mas ilustrando revistas, capas de livros, propagandas, etc. campanhas publicitárias, etc., só vim a ter mesmo um contato mais próximo, mesmo, tardiamente, com minha filha.
Ainda não totalmente alfabetizada e tendo sido presenteada com uma pequena coleção de publicações temáticas do Menino Maluquinho e da Julieta, lia com ela, à noite, antes de dormir, as histórias daquela turminha e todas as suas confusões e trapalhadas. Travessuras, zoações, namoricos, fofocas, competições, brincadeiras, tudo estava presente de forma muito doce e emocional naqueles quadrinhos de Ziraldo. Repetíamos várias vezes a leitura de uma mesma história, poucos dias depois de a termos lido, de tão gostosas que eram as aventuras do Maluquinho e sua galerinha.
Agora, com o falecimento de Ziraldo, perguntei à minha filha se ainda tinha as HQ's, ao que ela prontamente me respondeu que sim. Foram páginas que fizeram parte da infância dela e, por conta desses momentos únicos de proximidade e cumplicidade, da minha vida também.
Além de toda sua contribuição para a arte e cultura brasileira, obrigado por isso também, Ziraldo: por proporcionar esses momentos maravilhosos entre pais e filhos, que tenho certeza, não aconteceram só lá em casa, mas em muitos outros lares por aí também.
Vai em paz, Ziraldo!
Cly Reis