Como o ambiente o pode nos moldar e como nós podemos moldar
o ambiente. É importante parar e pensar no papel da família na nossa formação,
principalmente nossos pais, o quanto deles nos carregamos, seja isso bom ou
ruim. Até mesmo você, pai e mãe, o que gostaria de passar de ensinamentos para
os seus filhos? E como passar isso, sem se desvincular dos ensinamentos dos
seus pais? Que louco isso! Pois isso é “Fences - Um Limite Entre Nós”
na minha humilde visão, acompanhado de atuações espetaculares e roteiro
fabuloso.
Um jogador de beisebol aposentado, Troy (Denzel Washington, que dirige e atua), que sonhava em se tornar um grande jogador durante sua infância,
agora trabalha como coletor de lixo para sobreviver. Ele terá de passar por
complicados momentos de seu relacionamento com a esposa Rose (Viola Davis),
filhos e os amigos.
Extremamente lento, falado, uma obra muito teatral, o diretor se esforçou ao máximo para passar a peça premiada da Broadway para a mídia do cinema. O longa dá certo graças ao seu ótimo roteiro e atuações. Não fosse isso algumas pessoas dormiriam assistindo o filme. Há poucos cenários, a maioria das cenas de conversas são sempre apenas dois personagens em tela. Se você não comprar a mensagem que o filme está passando, vai ficar difícil aguentar.
Denzel em seu filme que concorre ao Oscar |
Mas que roteiro, MEU DEUS DO CÉU! Que texto lindo. Sua beleza está na força dele, como ele real, como ele se relaciona com nossas vidas, como é simples e magicamente real, e dito com verdade pelos atores, que em determinados momento, não é um filme, é a vida. Atuações de outro mundo. Denzel Washington é o “cara”. Ao mesmo tempo que você odeia ele (sim, você vai odiar ele), você sente uma pena, por que acompanha todo seu esforço para manter a família bem.
Realmente uma atuação assombrosa eu me senti intimidado por Troy. Em vários momentos eu acabava concordando com ele, só pela sua força (e medo, é claro).
E temos que falar de Viola. Que mulher! Que empoderamento! Ela
passa por tanta coisa e termina o filme sambando (nem tanto). Sua personagem
tem uma cena, UMA CENA ESPETACULAR, em que ela recebe uma notícia que muda sua
vida e até seu passado. Ela faz um discurso que dá vontade de levantar, entrar
no filme, abraçá-la e dizer: “E isso aí mesmo!”, e depois chorar junto com ela.
Viola Davis em grande interpretação |
“Fences” traz diálogos inteligentes e atuações magistrais que irão fascinar você, mas o fato de o filme abordar algo tão presente em nossas
vidas, com certeza é o que mais vai te atrair. Como nos construímos cercas à
nossa volta para manter as pessoas que gostamos perto e protegê-las, mas ao
mesmo tempo limitamos o mundo delas ao nosso mundo, assim como somos limitados
pelas cercas dos outros. Até que ponto temos total liberdade das nossas
escolhas e destinos, que não deixam de ser influenciadas pelo meio que nos
cerca?
por Vágner Rodrigues
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