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terça-feira, 12 de novembro de 2019

cotidianas #655 - Pílula Surrealista #40


Ao contrário de todo mundo, ela andava pela rua pisando sobre as poças d'água. Nem com melancolia, romantismo e nem por arroubo de extrema felicidade. Simplesmente andava sem desviar-lhes.
Também, na infância, ao contrário da maioria, nunca fora ensinada de que chuva fosse algo que devesse evitar. Não seria agora, adulta, que assimilaria diferente. A mesma chuva que molhava a sua cabeça pela inutilidade de um guarda-chuva era a que molhava seus pés minimamente protegidas pelo calçado. A poça, os pingos, os respingos, os cabelos, a pele, o corpo: tudo era água, e a água era ela.


Daniel Rodrigues

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