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Um dos símbolos do Ibirapuera: o Auditório Oscar Niemeyer |
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Ibirapuera continua lindo. Faziam 15 anos que não o visitava, o que pude fazer desta vez na companhia de Leocádia. O parque mais democrático de São Paulo, misto da porto-alegrense Redenção com a mineira Inhotim e a carioca Quinta da Boa Vista, é um verdadeiro refúgio para os paulistanos, diariamente rodeados de concreto por todos os lados. Lá se encontra natureza - e natureza antiga, haja vista que
"ibirapuera" significa, em tupi-guarani,
"árvore velha" -, esporte, saúde e arte, muita arte.
O tempo, extremamente favorável do final de junho, oportunizou que pudéssemos pegar uma manhã ensolarada e de um feriado no meio da semana. Ou seja: muita gente aproveitando para se exercitar, fazer esporte, andar com a família ou visitar exposições. Porque, afinal, o Ibirapuera conta com alguns dos principais aparelhos culturais da cidade, vários deles projetados por ninguém menos que Oscar Niemeyer, como o Auditório, a Oca e o Pavilhão da Bienal de São Paulo, os quais são por si só obras de arte.
Além de curtir a natureza e os passeios ao ar livre, também visitamos outro desses importantes e belos espaços culturais assinados pelo génio da arquitetura: o Museu AfroBrasil Emanoel Araújo. Com diversas exposições, rendeu a nós um bom tempo do passeio ao parque. Entre as mostras, a permanente e talvez a que mais impressionou - e se demorou para ver. Dotada de obras da cultura africana e afro-brasileira de diversas épocas e artistas, a exposição toma todo o terceiro pavimento do Museu AfroBrasil. É impactante ver, por exemplo, as representações dos santos do candomblé, todos muito bem expostos e explicados em legendas. Igualmente, as máscaras e estátuas de madeira de diversos países africanos, as obras de Carybé, Rubem Valentim, Heitor dos Prazeres, Maria Lídia Magliani, Aleijadinho e do próprio Araújo.
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| Obras do baiano Rubem Valentin compõem a mostra permanente do Museu AfroBrasil |
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| E também Carybé: "Oxóssi", madeira e couro, de 1990 |
Mas impacto mesmo causa a réplica da estrutura em madeira de um navio negreiro preservado transformado em obra de arte por Araújo, símbolo de resistência, história e memória do povo preto. Aliás, o Museu em si reflete, em suas diversas mostras, permanentes ou temporárias, a riqueza dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, destacando temas como religiosidade, arte e história e dando ênfase às contribuições da população negra para a formação da sociedade e cultura brasileira.
Além deste espaço, o Museu de Arte Moderna e a adorável marquise sinuosa que se estende por aprazíveis 27 mil metros quadrados onde circula toda tipo de visitante, não foi possível acessar, pois estavam em reforma. O mesmo no caso da Oca, desocupada no momento, e o Pavilhão da Bienal, fechado para a montagem de nova edição.
Nada que tenha feito falta, no entanto. Aliás, é um bom motivo pra se voltar mais vezes e aproveitar o que não deu desta vez. Para falar a verdade, é tão grande o parque, que nem dá para percorrê-lo todo numa vez só. Sempre fica algo pra outra ocasião.
Fiquem, então, com algumas imagens de nosso agradável passeio pelo Ibirapuera, o qual nos rende sempre diversão e lindas fotos de paisagens, mas também cultura e reflexão.
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| Chegando e já dando de cara com Niemeyer |
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| Manhã de sol no Ibirapuera |
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| Pessoal aproveitando o feriado |
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| Selfie da pontezinha sobre o lago japonês |
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| Costeando a Oca |
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| Oca de frente sob a sombra das árvores |
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| Sentado no banco-sonoro Raízes Negras, pátio do Museu AfroBrasil |
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| Eu perqueno diante da grande arquitetura de Niemeyer, hoje Museu AfroBrasil |
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| As esbeltas colunas inclinadas do prédio do Museu |
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| Mais do lindo desenho do prédio, antigo Palácio das Nações |
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| Adentrando a exposição, máscaras africanas |
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| Este que vos escreve observando de perto as representações dos orixás |
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| Estátuas em madeira |
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| A riqueza de detalhes de outra das máscaras africanas |
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| Vista para o pátio pelos janelões em vidro do prédio |
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| Duas visões da impactante reprodução do navio negreiro |
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| E o próprio Emanuel Araújo se faz presente com um díptico em madeira pintada |
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| Heitor dos Prazeres. Só prazer |
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| Outro gênio preto: Aleijadinho |
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| Iemanjá e Nossa Senhora congraçadas |
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| Leocádia circulando entre as obras do parque próximos ao MAM |
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| Um Amilcar de Castro é sempre bem-vindo |
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| Os lindos contornos do prédio do MAM. Pena que esteva fechado |
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| Achem a borboleta para fechar esse passeio pelo Ibirapuera |
texto: Daniel Rodrigues
fotos: Daniel Rodrigues e Leocádia Costa
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