"Extraído dos Arquivos Secretos da Polícia de Uma Capital Europeia" (1972), também conhecido como "Cerimônia Trágica", nome alternativo que faz mais jus ao seu enredo do que o original extenso, criado para capitalizar em cima da moda dos filmes italianos com títulos longos, é um bom exemplo de pânico satânico à italiana.
Na trama, durante uma noite de tempestade um grupo de jovens hippies bate à porta de uma mansão isolada, sem desconfiar que os proprietários são satanistas. A presença do grupo atrapalha uma missa negra, desencadeando consequências funestas.
O diretor Riccardo Freda, um pioneiro do cinema de horror italiano, se ressentiu pelo fato dos produtores terem feito modificações à revelia, principalmente no seu desfecho. Na sequência final imposta, um personagem aleatório entra em cena para explicar didaticamente a resolução da trama. Um apêndice absurdo que trata o espectador como idiota, justificando o descontentamento de Freda. Na história ainda temos a presença de Camille Keaton, anos antes de estrear o polêmico exploitation "A Vingança de Jennifer" (1978). Os bons efeitos de maquiagem ficaram à cargo de Carlo Rambaldi, que anos depois ficaria famoso por dar vida para "E.T", de Spielberg.
por C R I S T I A N V E R A R D I
Membro fundador da Associação de Críticos de Cinema do RGS (ACCIRS), colaborador de diversas publicações especializadas em cinema, como as revistas “Teorema” e “Hatari!”, e os livros “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho” (Ed. ACCIRS), “Cinema Fantástico Brasileiro – 100 Filmes Essenciais” (Abraccine), e “O Cemitério Perdido dos Filmes B: Exploitation” (Ed. Estronho). É apresentador do programa “Zinematógrafo”, produtor e programador da mostra “A Vingança dos Filmes B”. Como ator trabalhou em produções como “Mar Negro” (2013), “Morto Não Fala” (2018), “A Noite Amarela” (2019) e “O Cemitério das Almas Perdidas” (2020).


