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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Clyblood #4 - "Terrifier", de Damien Leone (2016)



Voltando de uma festa de Halloween, duas garotas já um tanto 'altinhas' no álcool, resolvem comer alguma coisa antes de pegar o carro para voltar para casa na madruga. Numa pizzaria topam com um tipo bizarro fantasiado de palhaço carregando um saco plástico de lixo. Mas, ora, é noite de Halloween e o que não falta são tipos esquisitos e fantasias assustadoras, não é mesmo? Uma delas mais bêbada brinca com o esquisitão, zomba dele, tira selfie e tudo mais, enquanto a outra, amedrontada, desconfia que haja alguma coisa de errado com aquela figura.

Intuição correta, baby! Aquele palhaço monocromático estará dali a alguns instantes naquela pizzaria dando início à sua noite de terror, sangue e brutalidade. E elas, as duas, serão suas principais vítimas.
"Terrifier" (2016) marca o início oficial da saga de um dos novos ícones do terror, o brutal e sádico slasher Art, O Palhaço, possivelmente o mais selvagem, violento, cruel, desumano, bárbaro, perverso personagem do cinema de horror já visto nos últimos tempos. Art não tem limites, não tem remorso, não tem pena, brinca, se diverte com a dor, com o sofrimento da vítima, debocha e gargalha silenciosamente ao melhor estilo de um mímico enquanto pratica suas maiores atrocidades.
É sinistramente criativo, é original em suas execuções, tem uma ampla coleção de instrumentos em seu saco de lixo e os usa com liberdade e variação conforme a necessidade, a conveniência ou a intensidade da maldade pretendida.
"Terrifier" tem algumas das cenas mais chocantes que já vi na vida e, mesmo depois, já tendo assistido às outras duas sequências da franquia cujo autodesafio desafio do diretor era exatamente o de superar a violência de sua primeira obra, ele continua sendo o mais impressionante nesse sentido. A parte em que o palhaço simplesmente corta uma das garotas que está dependurada nua de cabeça para baixo e de pernas abertas, da vagina até cabeça, é ainda hoje, para mim uma das coisas mais terríveis que um filme de terror já me apresentou.
As sequências "Terrifier 2" e "Terrifier 3" têm, sem dúvida, coisas absurdas, cenas de fechar os olhos, de virar o rosto, mas, na prática, embora até tenham roteiros mais elaborados, mais elementos,  mais personagens, são meros exercícios de superação daquilo que foi tão impressionante a ponto de ser sempre lembrado quando o assunto é violência extrema e tornar-se uma referência de algo a ser batido. Podem até superar por condições técnicas, orçamento, novas ideias, mas o que fez brotar esse anseio dos fãs do splatter em ter sempre mais e mais e mais, mais sangue, mais tripas, mais brutalidade, foi o primeiro longa do perverso palhaço mímico preto e branco. É mais limitado, mais curto, tem pouca história, pouco desenvolvimento... pode ser. Mas, queira ou não, a 'semente do mal' foi semeada por Terrifier.

Que bonitinho o palhacinho, né, moça? Só que não! 
E esse será o início de uma noite aterrorizante...



Cly Reis

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"Terrifier" (ou "Aterrorizante")
título original: "Terrifier"
direção: Damien Leone
elenco: Jenny Kennel, Catherine Corcoran, Samantha Scaffidi e David Howard Thornton
gênero: gore, splatter, slasher
duração: 85min.
país: Estados Unidos
ano: 2016
onde assistir: Prime Video e YouTube
assistir: "Terrifier"







sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

"Terrifier 2", de Damien Leone (2022)



Pessoas desmaiando, passando mal, abandonando a sala de exibição... Ora! Vocês achavam que estavam indo ver o filme da Peppa Pig? É lógico que seria brutal. O primeiro já havia sido, e o diretor anunciara que seu objetivo era fazer algo ainda mais chocante. Então o que essa gente esperava quando foi ao cinema assistir a sequência de um dos filmes mais sanguinolentos de todos os tempos? "Terrifier", para mim, o primeiro, é, possivelmente, o pior filme de terror que já vi. E quando digo 'pior' é  um elogio. Nada pode ser mais violento, sangrento, sádico, nojento, repulsivo que o rastro de mortes da estreia em longas do palhaço Art. O problema de "Terrifier 2" é exatamente o fato de, praticamente, se limitar a ser um exercício de superação de violência e intensidade em relação ao primeiro. E aí, por incrível que possa parecer, por mais forte, explícita que seja a violência, ela já não choca mais porque você já viu no primeiro e, com uma vantagem: a da surpresa.
No primeiro o espectador até pensava, "Não, ele não vai fazer isso...", "Será que ele seria capaz?", "Não vão mostrar uma cena dessa sem cortes...", mas nesse a gente tem certeza que tudo isso vai acontecer e já estamos preparados para aquilo. O novo filme até tem mais história, mais enredo, mas o que não a torna melhor por isso. O roteiro situa a trama dentro de um drama familiar que, até podia servir como mero pano de fundo, mas não precisava ter ganho a importância que teve. Enredo confuso, cheio de elementos vazios, como a espada da garota, e personagens vagos, como a menininha-palhaço que é uma espécie de ajudante do palhaço das trevas.
Por conta dessa complexização da trama, o filme ganha uma duração muito maior que o habitual para filmes do gênero e algo com tão pouco conteúdo a apresentar. Se no primeiro filme tínhamos, meramente, um psicopata fantasiado de palhaço tocando o terror no Dia das Bruxas, e isso se bastava,
em "Terrifier 2", Sienna, uma adolescente, ainda superando morte do pai, planeja ir à festa de Halloween da cidade com uma fantasia criada exatamente pelo falecido pai, talentoso para desenhos, enquanto o irmãozinho Elliot, esquisitinho, mórbido e sombrio, pretende usar uma fantasia de palhaço igual à do maníaco que assassinara várias pessoas no Halloween do ano anterior. O detalhe é que o pai, esquizofrênico e que morrera num acidente trágico em uma de suas crises, já tinha desenhos do palhaço assassino em seu caderno, antes mesmo do massacre, o que supõe algum tipo de ligação prévia, sabe-se lá de que natureza, daquela família com o carniceiro fantasiado. Mas talvez tudo não passe de um sonho, uma sugestão, um delírio, uma vez que, após uma discussão da mãe com Siena e Elliot sobre a festa e sobre o comportamento do menino, a filha adormece assistindo a um bizarro programa de TV e, praticamente daí, tudo se mistura e se desencadeiam as mortes e a ação do nosso slasher. A propósito disso, entre tantas "obras de arte" desse artista da dor e da tortura, a melhor delas, na minha opinião, é a da amiga da protagonista, Allie, que depois de escalpelada, multifraturada, esfolada, picotada, literalmente, é mantida viva pelo palhaço, praticamente sustentada pelos tendões, no limite de suas forças, só para que ele tenha o prazer de presenciar sua agonia.

Art, o artista, mostrando sua obra de arte.

Para quem, como eu, esperava uma sequência à altura do bom primeiro filme, deve ter se decepcionado. Agora, para quem queria, meramente, um banho de sangue, nesse sentido "Terrifier2" entrega o que se espera dele. Um festival de maldade ilimitada, brutalidade e violência gráfica impiedosa, que supera seu predecessor, sem no entanto, superar em impacto.
Damien Leone, o diretor, já anunciou que vem aí um terceiro filme da franquia e que a nova sequência deve ser ainda mais sangrenta que os anteriores. Se, além da assustadora promessa, "Terrifier 3" amarrar algumas pontas, pode salvar o segundo, fazendo dele uma boa transição, e ainda, de quebra, pode recolocar a história do mímico assassino nos trilhos, fazendo justiça um dos matadores que já se coloca como um dos melhores da história do terror. Mas isso, se é que a ideia é que exista algum "trilho" para que a história siga.
De resto, para quem notou, são muito legais as referências, os easter-eggs de clássicos do terror, como "Hora do Pesadelo", "Pague para entrar, reze para sair", "Hellraiser", "Poltergeist", bem como a trilha, muito eficiente, e a estética anos 80 que o diretor imprime muito bem a seu filme.
Particularmente, tenho que admitir que esperava mais do filme mas, pelo menos, no quesito crueldade, "Terrifier 2" não dá motivos para reclamações. E quem reclamar do excesso, quem desmaiar, vomitar ou pedir o ingresso de volta, que vá assistir à Galinha Pintadinha. Francamente...

"Terrifier 2" - trailer




Cly Reis