Visitei hoje à tarde, em seu último dia, a
Rio Comicon Internacional, que aconteceu na antiga estação ferroviária Leopoldina, um lugar interessantíssimo, de fantástico potencial para abrigar este tipo de evento ou mesmo um permanente centro cultural, mas que infelizmente encontra-se em mau-estado de conservação e num local bem degradado da cidade. Mas no que diz respeito ao evento que esteve ausente do Rio por 20 anos, este reúne o que há de melhor, mais atual e interessante nas manifestações gráficas de artistas, cartunistas, ilustradores, desenhistas, criadores, roteiristas, especialmente no tocante a quadrinhos mas também abrangendo outros âmbitos como animação, 3D, games, etc. Na exposição encontra-se desde emergentes no cenário cartunista nacional como o pessoal da Beleléu, que cada vez mais se consolida como uma das publicações mais legais do gênero no país; até consagrados como Angeli, Laerte ou o Ota, os meus preferidos na matéria, por sinal. Destaque também para, Fábio Zimbres da ótima publicação "Vida Boa" e para os excelentes Fábio Moon e Gabriel Bá, que estavam inclusive em tarde de autógrafos neste domingo, realizadores da, já citada aqui, adaptação de
"O Alienista" de Machado de Assis para HQ e de outras tantas obras elogiadíssimas até mesmo em nível internacional.
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A Estação Leopoldina - potencial para um belíssimo centro cultural
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Mas o destaque principal desta festa dos quadrinhos e homenageado do Comicon nesta edição era mesmo Milo Manara. Um dos maiores nomes do desenho, da gravura, do cartoon internacional, colaborador e amigo de Federico Fellini, que teve lá expostas mais de 100 obras originais. O que dizer do cara? Mestre! Mestre!!! Simplesmente fantástico: O traço, o movimento, a sensibilidade, a sensualidade. Gênio da sua matéria! Infelizmente não pude vê-lo falar no sábado à noite, quando aconteceu sua palestra. Deve ter sido ótima, acredito. Mas o simples fato de VER, assim, sua obra, para um cara como eu, desenhista, amante de quadrinhos, do cinema de Fellini, e tudo mais, já é algo fora do comum.
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No interior, o público curtindo a exposição - painéis de diversos artistas.
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Aproveitei minha ida e a farta oferta e exposição de material de artistas e editoras independentes e adquiri meu exemplar da
revista-zine Golden Shower, idealizada e realizada por amigos e da qual, um pouco por não concordar muito com o caminho que as coisas estavam tomando no início, um pouco pela minha dificuldade de trabalho em equipe, outro tanto por causa do meu egoísmo cavalar e meu individualismo exagerado, acabei por não fazer parte. Mas, desde já, mesmo só com uma breve olhada, recomendo. Ficou bem legal. Parabéns, Pati, Cynthia, Daniel e a todos os outros que fazem parte do projeto mas com quem não cheguei a ter contato.
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Todos os estilos, desde traços mais básicos a acabamentos mais elaborados como este
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Um dos meus favoritos: Laerte |
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E outro dos preferidos, Angeli |
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Este ilustre blogueiro em companhia do 'Homem-Aranha'.
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"A pátria Desenhada", a história da argentina em quadrinhos (em destaque, a Guerra das Malvinas) |
Milo Manara
Como grande destaque e principal nome do evento, vai aí uma seçãozinha à parte:
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Entrada da exposição de Milo Manara |
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Gravuras do mestre, sempre com mulheres formosas. |
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As colaborações com o amigo Fellini;
Aqui, "Satyricon" |
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...o clássico "8 e 1/2",
meu filme preferido de Fellini |
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... "Ginger e Fred" |
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...e o próprio Fellini ao telefone |
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E ainda, os nus, corpos femininos, sensualidade, erotismo,
marcas registradas da obra de Manara. |