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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

“Adão Negro”, de Jaume Collet-Serra (2022)

 
Semanas atrás Leocádia e eu fomos a uma sessão de pré-estreia no GNC Cinemas do Praia de Belas Shopping do novo sucesso de bilheteria da DC Films, “Adão Negro”, com o astro Dwayne "The Rock" Johnson. Legal? Impossível dizer que não. Cenas de aventura empolgantes, efeitos visuais de alto nível, desenho de som impecável, roteiro eficiente, astros consagrados, trilhas com músicas pop... Tudo embalado para que a coisa funcione. Mas será que "funciona" mesmo? Talvez sim, e talvez seja exatamente este o termo mais adequado: cumprimento de função.

Spin-off de "Shazam!" (2019) e "Shazam!: Fúria dos Deuses" (2022), o filme conta a história se passa após quase cinco mil anos de prisão de Adão Negro, um anti-herói da antiga cidade de Kahndaq, no que seria o Oriente Médio, que é libertado nos tempos modernos. Suas táticas brutais e seu modo de justiça atraem a atenção da Sociedade da Justiça da América (JSA), que tenta impedir sua fúria e ensiná-lo a ser mais um herói. Além disso, Senhor Destino (Pierce Brosnan), Gavião Negro (Aldis Hodge), Esmaga-Átomo (Noah Centineo) e Cyclone (Quintessa Swindell) se unem para impedir uma força maligna mais poderosa que a do próprio Adão.

Filmes de super-heróis são uma verdadeira galinha dos ovos de ouro para o cinema comercial do século XXI. Após mais uma crise da indústria cinematográfica nos anos 90, quando o envelhecimento dos realizadores consagrados do cinema comercial como Spielberg, Lucas e Zemeckis se deparou com a falta de agentes capazes de trazer um novo produto para a permanente necessidade de novidade da sociedade de consumo, o avanço técnico da era digital permitiu que o cinema pudesse concretizar algo que vinha ensaiando há décadas: a transposição dos quadrinhos de heróis para as telas. E a considerar a riqueza temático-simbólica dos HQs, bem como a amazônica quantidade de histórias e personagens a serem explorados, este se tornou o caminho certo para a construção do novo blockbuster.

O Adão Negro do
HQ original da DC
Pujante, a lógica de oferta e procura se estabeleceu. A produção é tamanha que, após duas décadas de produções milionárias e geralmente exitosas em bilheteria, Hollywood criou, claro, um padrão. “Adão Negro”, com todos os seus elementos inerentes à obra original da DC Comics, não foge à regra. Tem as características da história original, mas, de resto é tudo o mesmo formato repetido em novas condições narrativas. E isso é escalonado de forma exemplar, que vai do conceitual - como a prevalência do maniqueísmo e as simplificações morais - aos arranjos narrativos, como as piadas, o impacto de uma música retrô e até o tempo de duração das falas. Pois há, claramente, por mais que a dinâmica do filme amortize essa constatação racional com tantos tiros, estrondos, movimentos rápidos, edição agilíssima e luzes, muitas luzes, percentuais para a quantidade de falas e de não-falas. Por melhor que seja, por mais que funcione, que empolgue o público e cumpra a função de entreter, impossível não sair com a impressão de que não se está vendo imagens, mas estatísticas. 

Nada contra a ideia de blockbusters e nem de exploração do filão graphic novel em audiovisual. O que questiono é: será que esta fórmula funciona de verdade a ponto de se sustentar por mais anos sem desagaste? Continuarão avançando na tática de, igual a Globo aplicava ao humorístico Zorra Total, misturar personagens incansável e indistintamente até nem se saber mais de onde cada um veio? Quentin Tarantino recentemente disse que jamais rodaria para a Marvel, pois considera que filmes deste tipo sejam fruto de uma prática de mercado produtivista a qual ele, ligado ao cinema de autor, não se enquadra. Martin Scorsese, tempo atrás também se manifestou contrário ao declarar que o universo cinematográfico da Marvel está "mais próximo dos parques de diversão do que do cinema". Vindo de dois autores que revolucionaram e mudaram a história do cinema é, no mínimo, de considerar a interrogação quanto ao que se esperar no futuro do “grande cinema”.

The Rock e os atores que fazem os super-heróis da JSA

Ao final, se sai do cinema cativado, pois se fez tudo psicosinestesicamente para que isso aconteça, mas muito mais amortecido do que outra coisa. É tanta superexposição a estímulos sensoriais, que não há como absorver. O script não tem erro, e isso é um defeito: não há espaço para apreciação e nem elaboração. O filme é tão consumível e embalado quanto a pipoca e o refrigerante que se come assistindo.

Não digo que tudo isso seja ruim, e nem que filmes da DC ou Marvel devessem parecer uma obra de Bergman constituída basicamente em diálogos. Mas para poder dizer com segurança que filmes assim como "Adão Negro" convencem, ainda falta algo mais do que simplesmente cumprir uma função. Por mais que a intenção seja ao de tentar me alegrar.

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"Adão Negro" - trailer



Daniel Rodrigues

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

"Aquaman", de James Wan (2018)



Não é o melhor filme da DC mas, de longe, é o mais diferente. "Aquaman" é positivo e de um teor heroico muito bem trabalhado, o problema é que o roteiro é meio... qualquer coisa, a montagem não ajuda muito, especialmente no segundo ato, e a ação e os efeitos tornam o filme um peixe fora da água dentro do universo sombrio da DC (primeira piada).
O meio-humano, meio-Atlante Arthur Curry (Jason Momoa) é levado à jornada de sua vida — uma jornada que vai forçá-lo não só a encarar sua verdadeira identidade como também a descobrir se  tem o que é necessário para ser… um rei. O longa até é bem agradável e divertido, ainda que perca perde um pouco de ritmo no seu segundo ato quando acontece muita coisa, surgem vários personagens mal explorados, alguns fatos acontecem rápido demais e outros muito lentamente e o que acaba acontecendo mesmo é uma enorme bagunça. Numa ânsia de mostrar a motivação dos personagens, acaba ficando tudo muito..(preparem-se) raso, não mergulhando muito na história de cada um deles (segunda. mais uma boa).
Embora as cenas submarinas estejam perfeitas,
essa sequência de ação na Itália é algo simplesmente lindo.
A ação, essa sim, é espetacular! O filme tem sequências incríveis, com destaque para a que acontece na Itália e para o enorme confronto final, tudo muito bem filmado e coreografado. Parabéns James Wan. Não tem como deixar de mencionar dos efeitos especiais que, pelo amor do Rei dos Mares, são algo de INCRÍVEL. O colorido do filme, o design das cidades e tudo mais é de encher os olhos de água (terceira boa).
Mesmo com muitos furos e conveniências no roteiro e uma "barriga" no segundo ato, o filme, no fim das contas, bem agradável. Com um ator principal mega-carismático e um diretor extremamente competente, que consegue colocar você dentro da ação, “Aquaman” acaba sendo uma ótima pedida, se o quesito for diversão e ação. Bem mais apresentável que os demais filmes da DC, o longa chega nadando de braçada (quarta) rumo ao sucesso desse universo no cinema. Super-recomendo que você mergulhe de cabeça (última) em “Aquaman”.

Herói de uniforme chamativo ganha pontos comigo.




por Vagner Rodrigues

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rio Comicon - Estação Leopoldina - Rio de Janeiro (23/10/11)









Fã de quadrinhos, desenhista, cartunista amador que sou, neste último domingo pela manhã dei uma fugida de casa, deixei minha bebê dormindo e fui dar aquela olhada na segunda edição do Rio Comicon. Nada de novo no que diz respeito ao formato, espaço físico ou distribuição em relação ao ano anterior, mas curiosamente, não sei porquê, este ano gostei mais, mesmo tendo menos tempo para apreciar. Não sei, talvez porque tenha me fixado mais na área de peineis mas, no geral, me pareceu ter destaques mais interessantes este ano do que no anterior. Mas o que se pode concluir facilmente desta pequena tour entre quadrinhos é que tem muita gente talentosíssima por aí e com os mais variados estilos.
painel dos irmãos Bá e Moon

no saguão principal
 Meus destaques para a dupla competentíssima de irmãos brasileiros Gabriel Bá e Fábio Moon, para o gringo Bob Schreck ex-editor da DC, para a paulista Erica Awano que fez uma adaptação mangá para Alice no País das Maravilhas e para o espaço da sensual personagem Valentina, do desenhista Guido Crepax.
O homenageado desta edição foi o norte-americano Will Eisner, criador do personagem Spirit, do qual não sou lá muito admirador. Nesta parte, devo admitir que gostei muito mais da homenagem da última edição ao italiano Milo Manara, ex-colaborador de Federico Fellini.
Também homenageadas a CLAMP, estúdio japonês de mangás, e a DC Comics, vovózinha com 75 anos de super-herois e aventuras, tiveram grandes murais ao longo da via férrea, mas particularmente, acho que ao menos esta segunda mereceria espaço melhor.
Este seu ilustre blogueiro entre quadrinhos
De quebra fiz algumas pequenas comprinhas: o sétimo número da irreverente e provocativa publicação Tarja Preta que conta com nomes como Alan Sieber e Matias Maxx; a Tune 8 de Rafael Albuquerque; e um independente bem legal que dá um ar todo macabro a algumas lendas brasileiras, chamado Salomão Ventura, o Caçador de Lendas, com roteiro e ilustrações do bom Giorgio Galli.
A ideia era dar uma passada rápida mas com tantas coisas pra ver, pra comprar, foi impossível ser breve. Só não pude participar de oficinas, debates e etc. (mas acho que não ia querer mesmo), mas de resto foi um ótimo programa para uma manhã de domingo.



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EXPOSIÇÃO, PAINEIS E DESTAQUES


O público viu, curtiu e comprou
Um artista mostra seu talento
A Comic Cow. Tem uma HQ nela, de verdade.
As mais diversas técnicas, temas e expressões

Bob Schreck, um dos mais legais
Trabalho do ilustrador Rafael Albuquerque

Painel do artista Rafael Coutinho

Ilustração do artista Dan Goldman
Chris Claremont, um dos destaques do evento...

... e seu trabalho com os X-Men


CLAP
A CLAP teve seus paineis expostos
ao longo da via férrea

A CLAP é um estúdo japonês conceituado
no que diz respeito a mangás

(gênero que não curto muito)


DC Comics


Assim como a CLAP, a DC Comics teve seus paineis
colocados ao longo dos antigos trilhos...
... e a meu juízo, merecia instalações melhores
Algumas das 'fardas' clássicas da DC:
Batman, Flash, Superman
Dois momentos marcantes do Homem-Morcego:
A clássica "Piada Mortal"...

... e o imortal HQ "Cavaleiro das Trevas".
O ensandecido Coringa de "Asilo Arkhan"


Valentina
O espaço dedicado à personagem
E ela, toda sensual


O Espírito Vivo de Will Eisner


A fachada do espaço dedicado a Eisner com seu
personagem marcante, The Spirit

Os diversos trabalhos de Eisner expostos

A loura fatal do The Spirit: Ellen Dolan

Projeções com imagens do material de Will Eisner
já na saída da exposição




Cly Reis

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Rio Comicon 2011





Acontece a partir de hoje e vai até domingo, dia 23 de outubro, aqui no Rio, a segunda edição do Rio Comicon apresentando as mais variadas facetas dos quadrinhos, artes gráficas, animação e afins. A primeira foi muito bacana e além dos paineis, vídeos, estandes de editoras e expositores, apresentou um espaço especial reservado a Milo Manara, contando inclusive com a presença do próprio para uma palestra e debate com o público.
Este ano a ênfase do festival de quadrinhos e afins é nos mangás e super-heróis, inclusive aproveitando para celebrar os 75 anos da major DC Comics, proprietária de nomes como Batman e Super-Homem.
Outros destaques também são a exposição do pessoal do estúdio japonês de mangás CLAMP e as presenças do ótimo cartunista argentino Liniers e do roteirista Chris Claremont, a principal estrela da festa, responsável pelos textos dos quadrinhos dos X-Men e que inspiraram suas recentes adaptações cinematográficas.

Vou dar uma conferida lá, provavelmente domingo.
Depois posto fotos e comentarios aqui no blog.



A DC Comics, do Batman, será
homenageada no evento


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O Rio Comicon 2011
acontece na Estação Leopoldina, aqui no
Rio de Janeiro
e os ingressos custam R$20,00 (inteira)
e podem ser adquiridos no local