Acabei de ler há pouco a HQ "Fahrenheit 451", baseada no livro homônimo de Ray Bradbury e fiquei bastante bem impressionado. A adaptação do norte-americano Tim Hamilton é sombria, é forte, é inquietante, em grande parte, sim, pelo conteúdo original, de um futuro onde os livros são proibidos e queimados pelas autoridades, mas muito pela maneira como vê, como interpreta cada frase, cada cena descrita pelo escritor original. A obra em graphic novel é muito mais fiel que a adaptação cinematográfica de François Truffaut, muito mais poética e com mais ênfase direta nos livros especificamente, culminando naquele belíssimo final de biblioteca viva. A versão do desenhista, avalizada e prefaciada com láureas pelo próprio Ray Bradbury recém falecido no último mês de junho, centra-se mais no cerceamento da liberdade, nos aspectos sociológicos e no empobrecimento cultural humano, trazendo-nos um Montag perturbado e confuso, e principalmente por conta de seus quadrinhos escuros, indefinidos e diáfanos, compondo um quadro geral final que soa um tanto mais pessimista.
Vale conferir!
Mais uma grande obra da literatura adaptada com brilho e competência para os quadrinhos. Que continue assim!
Cly Reis