"...me vejo muito menos como um artista
e mais como um artesão
que trabalhando na frincha do tempo
entre o caos e a tradição,
gerencia constructos, ruídos etéreos,
fantasmas geométricos e pinta para estar de frente
com o que estava atrás da parede do pensamento."
Cezar Altai
Fui convidado e estive, com muita honra, no último sábado (27/05/2017) na exposição do amigo Cezar Altai no Parque das Ruínas, no belo bairro de Santa Teresa, aqui no Rio, e pude conhecer e comprovar toda a qualidade e o talento do artista. Já conversáramos algumas vezes sobre literatura, cinema e muito por alto sobre arte e seu trabalho, mas agora em sua primeira exposição foi extremamente interessante poder ver seus conceitos materializados.
"Caos e Tradição", sua exposição, apresenta num primeiro momento apenas quatro conjuntos de quadros, num total de onze telas, mas a mostra é suficiente para evidenciar virtudes técnicas e conceituais de inegável riqueza. A inspiração em Jackson Pollock salta aos olhos imediatamente e o artista não faz nenhuma questão de escondê-la, bem como a influência pelo surrealismo de Max Ernst e as relações arte-natureza contidas em sua obra. Mas seu trabalho não se resume a uma mera imitação ou homenagens a grandes mestres e ídolos. Tem a geometria ora aparente, ora escondida , tem o claro e o escuro, o abstrato, a forma, a textura, a ilusão, a ordem e, é claro, o caos.
Conversando com sua esposa Maja, que acompanha com entusiasmo o desenvolvimento de seu trabalho e que mostrava-se indisfarçadamente feliz pela conquista do companheiro, ela revelou-me que esta linha de pintura, embora muito interessante, não é a única explorada por Cezar e que a mesma não evidencia totalmente sua capacidade formal e habilidades técnicas. Ou seja, vem mais coisa boa por aí.
Grata confirmação o trabalho de Cezar, de quem, pelas ideias, pela energia, pela paixão não poderia-se esperar menos que isso. Parabéns pelo trabalho e obrigado pelo adorável fim de tarde no charmoso e gracioso bairro de Santa Teresa.
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