O primeiro grande herói
por Vagner Rodrigues
Um personagem clássico, um elenco clássico, uma trilha sonora clássica, efeitos clássicos, um verdadeiro clássico do cinema, uma obra única, que abriu caminho para os super-heróis nos grandes estúdios.
O planeta Krypton está a beira de explodir e para salvar seu filho, Jor-El (Marlon Brando) o envia a um outro planeta onde ele possa sobreviver e crescer forte e feliz. Esse planeta é a Terra e esse garoto é Kal-El. Agora adulto usa o nome que seus pais adotivos lhe deram, Clark Kent (Christopher Reeve), e após passar um longo período na “Fortaleza da Solidão”, para conhecer mais sobre o seu passado, (o motivo deste autoexílio foi a morte de seu pai adotivo) após anos de estudo, ele decide retornar a sociedade, agora com uma missão, para ele um dever. Ao mesmo tempo que Clark é um desajeitado jornalista, torna-se o Superman, utilizando seus poderes sobre-humanos para ajudar o povo de Metrópolis, Com o decorrer do filme surge seu principal inimigo, Lex Luthor (Gene Hackman), um homem ambicioso, que não vai medir esforços para crescer no ramo imobiliário (é isso mesmo, esse é o seu objetivo).
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Superman e Clark |
Christopher Reeve fez o papel de sua vida, consegue fazer dois personagens no mesmo filme, Clark e Superman, que são completamente diferentes. Claro teve a maquiagem ajudou, mas diria que 99% dessa diferença vêm de sua atuação. Clark é tímido e cômico, um personagem que sentimos pena e simpatia. Esconde-se atrás de seus óculos e seu andar curvado, e parece que realmente não querer ser notado, já Superman é um escoteiro nato, o bom rapaz, parece estar sempre no lugar certo na hora certa para ajudar, e sem cobrar nada, faz porque acha justo. Sem falar no seu porte atlético e belo rosto, tudo isso somado aos seus poderes, o tornam um símbolo da cidade. E ele sabe lidar muito bem com tudo isso.
Os outros personagens foram bem representados, mas não também como Superman. Lois Lane (Margot Kidder), a repórter do Daily Planet, é o par romântico do nosso herói. Lois é “uma mulher prafrentex”, independente, que tenta resolver os problemas sozinha, como boa repórter, sempre procura uma boa matéria, o que acaba a colocando em algumas situações de perigo. O que ficou exagerado em Lois é a questão da sexualidade. No filme ela é uma tarada, como diria Dona Bela (escolinha do Professor Raimundo)“Ela só pensa naquilo”. A principal cena que mostra que Lois não consegue se controlar, é quando ela recebe a visita do Superman em sua casa e pede para ele mostrar seus poderes. Ela poderia pedir qualquer coisa, tipo “me leve para dar uma volta voando” (eles até fazem isso, mas a ideia foi dele), mas o pedido da moça é “você pode dizer qual a cor da minha roupa intima?”, perguntando sobre sua visão de Raio X. Podemos dizer que o maior desafio de Superman foi resistir às investidas de Lois Lane ao longo do filme, mas no final ele acaba cedendo, provando que nem o “Homem de Aço” é feito de aço (boa piada!).
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Nossos vilões planejando mais algum plano maligno. |
Tenho que falar também de Lex Luthor (Gene Hackman), o grande vilão do filme e o maior inimigo das HQ’s do Superman. O personagem, embora esteja bem no filme, seu plano, assim como nas as HQ’s não era sair na porrada com o Homem de Aço, mas sim algo mais pensado e bem trabalhado (Tá, não tão bem pensado assim). Infelizmente assim como Lois, Lex Luthor também acaba caindo nos exageros, no seu caso, ele quase passa de vilão para o alívio cômico do filme. Junto com Otis (Ned Beatty), seu braço direto e Eve Teschmacher (Valerie Perrine) compõe uma trio de trapalhões. É engraçado? Sim, mas com o passar do filme vai ficando exagerado e às vezes o número de cenas cômicas os envolvendo torna-se desnecessário.
"Superman" é um filme incrível (não é um excelente filme, pois seu final tem uma solução, que só vendo para crer), obviamente tem os seus defeitos, mas suas qualidades e sua importância são muito maiores. Sua importância para os filmes de quadrinhos é enorme, por um motivo simples: o respeito da adaptação pelo espirito dos quadrinhos. O roteiro é simples, a trama quase não tem ação, as pessoas acostumadas com os filmes de Super-Heróis de hoje, podem ficar desapontadas, mas é o que o filme que precisava ser, foi feito na época certa, e foi a obra definidora do Super-Homen nos cinemas.
Você que já leu alguma HQ do Homem de Aço daquela época, sabe que o que os quadrinhos não apresentavam a violência que vemos hoje no cinema hoje. O romance de Lois e Clark (Superman) ficou ótimo, o toque de comédia também é muito bom, os efeitos especiais, embora datados, se sustentam até hoje, por que você tem que analisar como um filme de 1978, e aí os efeitos são grandiosos, você acredita mesmo que um homem pode voar, como dizia o slogan do filme. E o ponto alto é a trilha sonora do incrível, John Williams, o tema que ele criou não é só o tema do filme, mas sim o tema do SUPERMAN.
Para concluir, ficam meus parabéns pela direção de arte, para a direção, pois Richard Donner estava muito bem, e o elenco que abraçou bem os personagens, principalmente o saudoso Christopher Reeve que foi fantástico, eterno Superman... Agora sobe O TEMA DO SUPERMAN!!!
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A bela cena do voo noturno (depois disso o Superman levaria Lois às nuvens mais algumas vezes) |