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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #241


Como diz aquela canção: "Negro é a soma de todas as cores". Na Semana da Consciência Negra, a gente se veste de orgulho e africanidade ao som de Moacir Santos, John Coltrane, Steely Dan, Pixies, Noel Rosa e mais. Ainda tem no "Cabeça dos Outros" o punk empoderado das Clandestinas, a homenagem aos 80 anos de João Nogueira no "Palavra, Lê" e um salve à imortalidade de um dos maiores homens negros desse planeta: Gilberto Gil. Afro mas universal, o MDC desta semana começa às 21h na afirmativa Rádio Elétrica. Produção, apresentação e punho em riste: Daniel Rodrigues. #consciencianegra #semanaconsciencianegra #20denovembro #diadaconsciencianegra


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

Rainha Ka

 




Rainha Ka - REIS, Cly
ilustração digital em Gimp




Rainha Ka
Cly Reis
(ilustração em homenagem ao
aniversário de minha irmã Karine,
 em março desse ano)

terça-feira, 16 de novembro de 2021

"Amoras", de Emicida com ilustrações de Aldo Fabrini - Companhia das Letrinhas (2018)



"As pretinhas são 
o melhor que há."
verso de "Amoras"



Li com minha filha, esses dias, o adorável livro do rapper Emicida, "Amoras", ilustrado graciosamente pelo artista Aldo Fabrício, no qual, de uma maneira poética e singela, o músico, em sua primeira incursão na literatura infantil, faz notar às crianças, especialmente as negras, a sua importância e seu lugar no mundo, numa lição de auto-aceitação e valorização pessoal.

Inspirado pela filha Estela, o artista, conta, brevemente, uma conversa sua com a menina em que, ao mesmo tempo que transmite algo importante e edificante para sua garotinha, recebe de volta também algo muito valioso. E não é assim que devem ser as relações de pais e filhos?

"Amoras", é engajado na causa negra sem ser panfletário. Dá o recado sem ser chato. Um belo e elogiável trabalho desse cara que mostra que não é bom só nas letras musicais mas também manda bem nas letras impressas.

Emicida fala sobre o livro "Amoras"



Cly Reis



segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Jorge Aragão - Teresópolis Tênis Clube - Porto Alegre (2003)



Jorge Aragão e sua banda acabaram 
me conquistando naquela noite.
Um show que eu não dava muita coisa mas que acabou me surpreendendo positivamente foi o de Jorge Aragão, no Teresópolis Tênis Clube, em Porto Alegre, em 2003. Eu, um cara preferencialmente do rock, fui, mesmo, para acompanhar minha irmã, na época com 15 anos, que precisava de um adulto para levá-la, embora tivesse ainda a companhia de meu primo Leonardo, recentemente maior de idade, e sua namorada. Mas como minha mãe só confiava mesmo que um irmão a levasse, acabou sobrando pra mim. 
Jorge Aragão, um cara que durante muito tempo foi um nome respeitado mas menos badalado, uma espécie de coadjuvante de nomes mais consagrados no cenário do samba, tendo composto para muitos deles, aparecia pela primeira vez com maior destaque na cena nacional com um álbum ao vivo vigoroso, "Jorge Aragão Ao Vivo Convida", recheado de participações especiais, e que explodia nas paradas repleto de hits. E era basicamente o repertório desse disco que ele e sua banda levavam ao palco no Teresópolis Tênis Clube naquela noite, com uma apresentação dinâmica, entusiasmada e de musicalidade riquíssima.
Jorge, mais do que um astro, do que um protagonista destacado, em grande parte das vezes, no espetáculo, funcionava como uma espécie de centro, como ponto de referência, fazendo o time funcionar. Um generoso mestre de cerimônias que, por vezes, deixava os vocais para outro integrante, abria espaço para algum solo, ou destacava, com ênfase, determinada performance individual.
Um perfeito band-leader, uma banda competentíssima e um baita repertório. Destaques para a ótima "Malandro", a lindíssima "Espelhos dágua", que eu já gostava antes de ir ao show, e, é claro para as belíssimas adaptações da Ária nº1 das "Bachianas Brasileiras", de Heitor Villa-Lobos e para a singular releitura de "Ave Maria", em um sambão carregado acompanhado de um grupo de cordas.
Kaká, ainda bem que tu me convidaste pra te acompanhar. Obrigado! Do fundo do nosso quintal.


Jorge Aragão e Quarteto de Cordas -
"Aria Cantilena nº1 Bachianas Brasileiras, nº5" e "Ave Maria"

Não tenho registros do show de Porto Alegre mas fiquemos com os dois momentos destacados acima
em que o sambista, em um arranjo inspiradíssimo, une a música erudita ao mais popular dos ritmos brasileiros.




Cly Reis