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domingo, 13 de maio de 2018

cotidianas #567 - Rio Equidistante




Porto que deságua no rio
Alegria que alegra o janeiro
Mesma distância
Nenhuma distância

Doce água corrente que interliga
Líquido do parto
Do porto

Porto que desafoga no cais
Cais do Porto
Vinhos daqui
Portugais daí

Doce

Sangue do vinho
Que alimenta minhas veias
Água que se colore
Se avermelha de esperança

Pois não foi milagre o feito de Cristo
Foi, sim, o impossível
Esse impossível que se sucede todos os dias
Em que o sangue, pintado de vinho
Vermelho
Regurgita e punciona

Milagre é isto
Não aquilo
Daquilo, nada nos pertence
Só o teu e o meu
O porto que nos ancora sobre o rio
Navio atracado
Âncora permanente
Desafiando com o equilíbrio
A sapiência oculta dos mares

Porto doce – de Janeiro
Rio doce – e Alegre
Mãe.

para minha mãe, Iara


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"Rio Equidistante"

Daniel Rodrigues

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