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Formas abstratas a partir de água em movimento. |
Interessante exposição na Oi Futuro Flamengo, onde geralmente
Leocádia
e eu, sabendo da programação com antecedência, damos uma passada sempre que
vamos ao Rio de Janeiro. Foi ela que, sabedora do trabalho de
Arthur Omar, apontou que seria bom não
perdermos. Realmente valeu a pena ver “
Outras
Portas da Percepção - Um experimento em teoria da imagem”, que toma as
três galerias do local. A mostra apresenta, pela primeira vez na cidade, os
mais recentes trabalhos do multifacetado artista mineiro, numa série de
fotografias onde une teoria antropológica e experimentação visual, o que
resulta numa vivência imersiva por parte de quem vê onde os aspectos sensorial e
conceitual da obra de arte se fundem.
São fotografias de rostos, como na série “A Antropologia da Face
Gloriosa”, clássico da fotografia brasileira, de 1997, e “A Menina do Brinco de
Pérola”, de 2006. Ou não necessariamente rostos, mas formas abstratas que
aludem a este formato humano por meio de elementos da natureza: a água, o
movimento, a luz. Uma interessante observância do caráter antropológico daquilo
que nos perfaz e compõe. Põe-nos a refletir.
A todo instante o artista, inspirado pela pintura fantástica do poeta
William Blake e pelas investigações do escritor Aldous Huxley sobre os estados
alterados da consciência, busca uma reflexão sobre a percepção do que se está
enxergando e elaborando. “Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo
apareceria para o homem tal como é: infinito”, escreveu Blake, retomado por
Aldous Huxley no livro “As Portas da Percepção” – que influenciou toda a
contracultura e ainda inspirou o nome da banda
The Doors.
Antropólogo de formação, Omar, desde os anos 70, traz para dentro de
seu universo um olhar crítico e transformador, valendo-se da arte como um
espaço de intercâmbio e reinvenção ideológica a partir do diálogo entre quem
observa e o próprio autor, uma vez que Omar entende estar presente na foto
através daquilo que seu olhar optou em enxergar e mostrar aos outros. Como
disse o crítico espanhol a respeito da obra de Omar, “Este diálogo ocular
imantado, intermediado pelo fotógrafo fotografando é um intercâmbio. Um jogo de
cara a cara que reflete a natureza dionisíaca do trabalho”. Como o próprio Omar
escreve numa das paredes (minimalisticamente bem iluminadas e apresentadas pela
curadoria da esposa Ivana Bentes): “Todo rosto tem meu nome”.
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“Outras Portas da Percepção - Um experimento em teoria da imagem”,
de Arthur Omar
onde: Oi Futuro Flamengo (Rua Dois de Dezembro, 63 – Rio de Janeiro/RJ)
quando: até 1º de maio, de terça a domingo, das 11h às 20h
entrada: Gratuita
curadoria: Ivana Bentes
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"A Menina do Brinco de Pérola" |
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Em detalhe um das novas obras. |
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Formas mínimas e instigantes. |
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Maravilhosa foto em que o movimento é a fonte |
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O poeta Blake e as investigações de Omar. |
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Os rostos carnavalescos de "A antropologia da Face Gloriosa" |
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Este blogueiro que vos fala admirando a exposição. |